Durante esta semana, VEJA.com apresentou a seguinte enquete a seus leitores: Qual a medida prioritária para melhorar o sistema público de educação no Brasil? O resultado mostrou que público e especialistas estão em sintonia: para melhorar a qualidade do ensino público, é preciso investir na formação dos professores. Dos 431 votos computados na enquete até a manhã desta quinta-feira, 33,5% consideram essa a medida prioritária para que os alarmantes índices educacionais do país sejam revertidos.
Para que o desejo se torne realidade, segundo especialistas, é necessário que a sociedade civil exerça pressão sobre o governo federal, que pode coordenar reformas no sentido de aprimorar a formação dos professores – apontados como protagonistas de um sistema de educação de qualidade. “Precisamos de uma política pública que atraia para a carreira docente os melhores profissionais e jovens telentos”, afirma Priscila Cruz, do Movimento Todos Pela Educação.
Quase tão importante quanto investir no profissionais, é destinar mais recursos para a educação básica. Essa foi a opção assinalda por 33,8% dos participantes, que julgam que mais dinheiro resultaria em um ensino de melhor qualidade.
A taxa atual de investimento no setor gira em torno de 4% do Produto Interno Bruto (PIB). O número é digno de comemoração, se considerarmos que, em 2003, a cifra era de 3,2%. Apesar do crescimento, ele ainda está distante dos 5% considerados suficientes para sustentar um avanço significativo na educação para os próximos anos.
Para educadores, não basta investir mais, é preciso investir melhor. Para isso, é necessário inverter a lógica brasileira de investimento público em educação, já que existe uma concentração de recursos no ensino superior, em detrimento da aposta no básico.
De acordo com o INEP, o gasto do governo com cada aluno da educação básica foi de 2.632 reais em 2008, enquanto, no ensino terciário, foi quase seis vezes superior, totalizando 14.763 reais. “Essa lógica está errada. O investimento em educação básica é prioridade e inequívoca”, afirma Arthur Fonseca Filho, ex-presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo.