ITA pode não aceitar cota para aluno da rede pública
Lei que vai a sanção da presidente Dilma Rousseff não é clara em relação ao instituto, que é ligado ao Ministério da Defesa e não ao Ministério da Educação
Apesar de federal, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) não deve seguir, ao menos inicialmente, as regras que instituem a reserva de 50% das vagas para estudantes de escolas públicas. A instituição – uma das que mais valorizam o mérito – é ligada ao Ministério da Defesa, e não ao Ministério da Educação (MEC). O órgão informou que instituirá um grupo de estudo para avaliar os possíveis impactos da implementação do programa de cotas em suas instituições (além do ITA, o Instituto Militar de Engenharia e as escolas navais também estão ligados ao Ministério da Defesa). Apenas após essa avaliação, a pasta decidirá se vai ou não aderir ao sistema. Não há prazo para a decisão – mas a resolução não deve sair neste ano.
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A reportagem apurou que, durante a tramitação no Senado, interlocutores do ministério se reuniram com relatores do projeto para negociar a não obrigatoriedade de cotas nesses institutos. O texto final, aprovado na terça-feira, diz que as cotas devem ser cumpridas pelas “instituições federais de educação superior vinculadas ao Ministério da Educação”. A dúvida fica por conta do termo “vinculadas”, uma vez que, apesar de geridas pelo Ministério da Defesa, essas escolas obedecem às diretrizes pedagógicas e são avaliadas pelo MEC.
Hoje, no ITA, 30% dos alunos são de escolas estaduais e 7,3%, de federais. As particulares respondem por 61,2% do total de estudantes. “Esses alunos (de escolas públicas) são egressos dos colégios militares, que têm ensino mais forte”, afirma José Renato Carvalho, estudante do 3.º ano de engenharia aeronáutica.
Muitos deles fizeram cursinho. Em 2012, das 120 vagas, 46 foram ocupadas por egressos do Poliedro, curso que tem preparação específica para postulantes ao ITA. Por lá, cresce a preocupação dos alunos em garantir a vaga neste ano. “Com as cotas, vai ficar muito mais difícil”, considera Marcelo Telisson, coordenador do curso.
(Com Agência Estado)
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