Greve de professores atinge 95% das instituições federais
Paralisação já dura mais de 40 dias e prejudica atividades em 56 das 59 universidades federais. Docentes protestam em Brasília
A greve dos professores já atinge 95% das universidades e institutos federais de ensino superior, segundo balanço divulgado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Nesta quinta-feira, professores realizam protestos em frente a unidades do Banco do Brasil pelo país.
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A paralisação, que já dura 42 dias, prejudica as atividades em 56 das 59 universidades federais, além de dois centros de educação tecnológica e 14 unidades do Colégio Pedro II, localizadas no Rio de Janeiro. Dos 38 institutos federais, 34 têm professores parados. Nesta semana, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) também aderiram à greve.
A principal reivindicação dos docentes é a reestruturação da carreira, com a inclusão de 13 níveis de remuneração (atualmente são 17), variação salarial de 5% entre eles e piso de 2.329,35 reais para 20 horas semanais de trabalho. Hoje, o valor é de 1.597,92 reais. Os professores pedem ainda melhores condições de trabalho e infraestrutura e criticam a processo de “precarização” vivido pelas universidades como consequência, principalmente, do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) – criado pelo governo federal em 2007.
O Andes, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) divulgaram, no último dia 20, na Câmara dos Deputados, um manifesto em conjunto. “Crescem a degradação das condições de trabalho e de ensino e a deterioração da infraestrutura oferecida nas universidades. Os professores, técnicos e estudantes defendem sim uma expansão, desde que exista qualidade. Não adianta criar novas instituições sem oferecer as condições satisfatórias para que elas funcionem”, diz o documento.
O professor Luiz Henrique Schuch, vice-presidente do Andes, alega que a pauta de reivindicações da categoria é a mesma desde 2010, mas não houve avanços. “Por mais que se propagandeie a crise financeira, a única que não se resolve é a crise de políticas públicas. É um desgaste para todos”, diz.
Uma reunião entre o representantes do Ministério do Planejamento, responsável pelas negociações, e dos docentes estava marcada para o dia 19 de junho, mas foi adiada e nenhuma outra data foi agendada. A última proposta feita pelo governo, no dia 13 de junho, foi reestruturar a carreira docente tomando como referência de remuneração a carreira de servidores do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O ministro Aloizio Mercadante afirma que considera a greve “precipitada e sem razão de ser”.
Confira a lista das universidades com professores em greve:
Região Norte
– Universidade Federal do Amazonas
– Universidade Federal de Rondônia
– Universidade Federal de Roraima
– Universidade Federal Rural do Amazonas
– Universidade Federal do Pará
– Universidade Federal do Oeste do Pará
– Universidade Federal do Amapá
– Universidade Federal do Acre
– Universidade Federal do Tocantins
Região Nordeste
– Universidade Federal do Maranhão
– Universidade Federal do Piauí
– Instituto Federal do Piauí
– Universidade Federal do Semi-Árido
– Universidade Federal da Paraíba
– Universidade Federal de Campina Grande
– Universidade Federal Rural de Pernambuco
– Universidade Federal de Alagoas
– Universidade Federal de Sergipe
– Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
– Universidade Federal do Vale do São Francisco
– Universidade Federal de Pernambuco
– Universidade Federal da Bahia
– Universidade Federal do Ceará
Região Sul
– Universidade Federal do Paraná
– Universidade Federal Tecnológica do Paraná
– Universidade Federal do Rio Grande
– Universidade Federal do Pampa
– Universidade Federal de Santa Maria
– Universidade de Integração Latino Americana
– Universidade Federal da Fronteira Sul
– Universidade Federal de Santa Catarina
Região Sudeste
– Universidade Federal do Triângulo Mineiro
– Universidade Federal de Uberlândia
– Universidade Federal de Viçosa
– Universidade Federal de Lavras
– Universidade Federal de Ouro Preto
– Universidade Federal de São João Del Rey
– Universidade Federal de Juiz de Fora
– Universidade Federal de Alfenas
– Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
– Centro Federal de Educação Tecnológica de MG
– Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais
– Universidade Federal do Espírito Santo
– Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
– Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
– Universidade Federal Fluminense
– Universidade Federal do Rio de Janeiro
– Universidade Federal de São Paulo
– Universidade Federal do ABC
– Instituto Federal de Minas Gerais
– Universidade Federal de Minas Gerais
Região Centro-Oeste
– Universidade Federal do Mato Grosso
– Universidade Federal de Goiás
– Universidade de Brasília
– Universidade Federal da Grande Dourados
– Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
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