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Finlândia atualiza currículo nacional para dar mais autonomia aos professores

Considerado referência em políticas educacionais, país pretende estimular o ensino interdisciplinar e permitir que os docentes escolham os assuntos que querem abordar conjuntamente nas várias disciplinas

Por Da Redação
30 mar 2016, 20h27

Considerado um país com uma das melhores políticas educacionais do mundo, a Finlândia está atualizando seu currículo, com o objetivo de dar mais autonomia para seus professores. O novo currículo vai estimular e dar mais espaço para que o conteúdo seja trabalhado de forma interdisciplinar, permitindo que os docentes escolham os fenômenos e os assuntos que querem abordar conjuntamente nas várias disciplinas escolares.

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“Nosso currículo é um dos mais avançados do mundo. Levamos décadas para montá-lo, mas em educação é preciso andar para frente, renovar, para acompanhar as mudanças do mundo. Nosso segredo sempre foi dar liberdade aos professores e é isso que esperamos promover ainda mais”, disse Sanni Grahn Laasonen, ministra da Educação e Cultura da Finlândia, em visita ao Colégio Rio Branco, em São Paulo, na última terça-feira.

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De acordo com Sanni, o processo de reforma do currículo envolveu todos os educadores do país, o que dá garantias da colaboração de todos para que o novo modelo seja bem sucedido. “Os professores nas nossas escolas têm muita liberdade e uma mudança curricular não poderia ser diferente. Nós vamos continuar com a política de sempre, não dizemos aos professores quais materiais devem usar, como ensinar ou onde dar aula. Eles têm de ter liberdade porque são eles que estão na sala de aula e sabem o que funciona melhor com cada aluno e turma”, disse a ministra.

Formação – Para Sanni, a fórmula do sucesso da educação na Finlândia é a formação dos professores. Todos que querem ser docentes no país precisam não apenas ter graduação, mas mestrado na área educacional. “A Finlândia é um país em que historicamente o professor é valorizado, mas nosso currículo reforça esse apreço. É por isso que conseguimos que nossos melhores estudantes virem professores”, completou.

Além de o currículo finlandês focar nos projetos interdisciplinares, ele também avança no maior uso de ferramentas digitais em sala de aula. “Esse processo de digitalização não significa apenas colocar um computador em sala de aula, mas usar essas ferramentas tecnológicas para aumentar e melhorar o processo de aprendizado, por exemplo, usando jogos. Sobretudo, nós queremos que o processo de aprendizado seja divertido”, afirmou a ministra.

Nos últimos anos, a Finlândia tem figurado nas primeiras posições do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), alternando os três primeiros lugares com Cingapura e China, com a vantagem de oferecer uma educação universalmente gratuita.

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Currículo brasileiro – Enquanto a Finlândia reforma seu currículo, o Brasil lançou no fim do ano passado a primeira proposta de uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que pretende estabelecer os conhecimentos e habilidades essenciais que todos os estudantes devem adquirir na educação básica. O documento foi disponibilizado para consulta pública pelo Ministério da Educação (MEC) entre 15 de setembro do ano passado até o dia 15 deste mês. No período, foram enviadas 12,2 milhões de sugestões para as áreas de linguagens, ciências humanas, matemática e ciências da natureza, além de 27.000 pedidos de inclusão de novos objetivos para a educação.

Português e ciências humanas, com 5,5 milhões e 2,6 milhões, respectivamente, foram as que mais receberam sugestões. As áreas sofreram críticas quando a primeira versão foi divulgada devido à falta de objetivos claros para o aprendizado e da transparência no estabelecimento da progressão de conceitos-chave nas disciplinas. Essas também são as principais deficiências do currículo nacional, de acordo com especialistas em políticas educacionais.

A segunda versão desta fase de elaboração da Base Nacional será divulgada em abril. Depois disso, serão realizados seminários em todo o país para que as secretarias estaduais e municipais ofereçam as últimas contribuições. Após a consulta pública, o documento será revisado e até junho a base deverá ter mais duas versões antes de seguir para votação no Conselho Nacional de Educação (CNE).

(Com Estadão Conteúdo)

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