Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Entidades reagem a propostas de mudança no novo Ensino Médio

Ministro Camilo Santana, que apresentou resultados da consulta pública nesta segunda-feira, já sofre resistência entre servidores

Por Lucas Mathias Atualizado em 8 ago 2023, 16h34 - Publicado em 8 ago 2023, 16h33
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A entidade Todos Pela Educação se posicionou, nesta terça-feira, 8, após as mudanças propostas pelo Ministério da Educação para o novo modelo do Ensino Médio. Houve elogios a pontos como o aumento da carga horária para disciplinas da Formação Geral Básica (FGB), mas também apontamentos que, na visão do movimento, ainda não estão bem estruturados. É o caso dos novos percursos de aprofundamento, que organizam as disciplinas optativas: para a instituição, a mudança deixa pouca margem às gestões estaduais e, por isso, dificulta a adaptação aos diferentes cenários de ensino. 

    As propostas foram apresentadas nesta segunda-feira, em Brasília, a partir dos resultados da Consulta Pública para Avaliação e Reestruturação da Política Nacional de Ensino Médio. Na apresentação, o ministro da Educação, Camilo Santana, pregou a construção de políticas públicas a várias mãos, em conjunto com os entes federados. 

    Entre as mudanças, está um aumento da carga horária da FGB de 1.800 horas para entre 2.200 e 2.400 horas, no mínimo, além da expansão do ensino em tempo integral e da oferta de educação profissional. Também foi colocada a inclusão de espanhol, arte, educação física, literatura, história, sociologia, filosofia, geografia, química, física, biologia e educação digital entre as disciplinas obrigatórias. 

    Houve ainda o indicativo de reduzir as diretrizes para as disciplinas optativas. No momento, são cinco itinerários formativos, que passariam a ser três “percursos de aprofundamento”: Linguagens, Matemática e Ciências da Natureza; Linguagens, Matemática e Ciências Humanas e Sociais; e Formação Técnica e Profissional. Já em relação ao Ensino à Distância (EAD), o MEC defendeu que ficasse vedado para as disciplinas da Formação Geral Básica, e que pudesse ser aplicado em parte restrita do curso, no caso da Formação Técnica e Profissional. 

    Para o Todos pela Educação, além do aumento da carga horária da FGB, são positivos as limitações do EAD, a manutenção da possibilidade de flexibilização e aprofundamentos, além da integração com a Educação Profissional no Ensino Médio, a prioridade para expandir as vagas do EM em tempo integral e a intenção em construir uma “política nacional mais ampla e sistêmica”. 

    Continua após a publicidade

    São pontos de atenção, por outro lado, a possibilidade de uma carga horária menor das disciplinas obrigatórias da formação profissional e tecnológica, a falta de clareza nos componentes curriculares adicionais na FGB, com risco de inchar demais o currículo do Ensino Médio, assim como a restrição dos percursos de aprofundamento. Para a entidade, melhor seria uma base curricular dos aprofundamentos e maior flexibilidade de implementação nas realidades distintas de cada estado. A orientação, conforme a Todos Pela Educação, deve ser de priorizar mudanças mais céleres e trabalhar em conjunto com as unidades federativas e com o Conselho Nacional de Educação. 

    Desgaste com equipe técnica

    .
    Servidores do Inep reivindicam o fim do congelamento das promoções por tempo de serviço e por afastamento para pós graduação (Reprodução/.)

    O anúncio acontece em meio a atritos entre os servidores da pasta e o ministro Camilo Santana. Nesta terça, representantes da Associação dos Servidores do Inep (Assinep) estenderam faixa em Brasília com recado a Santana: “chega de sucateamento do Inep e desvalorização dos seus trabalhadores. O ENEM corre risco! Vamos parar!”. A reivindicação é pelo fim do congelamento das promoções por tempo de serviço e por afastamento para pós graduação. 

    Continua após a publicidade

    De acordo com o presidente da Assinep, Márcio Lima, há servidores que não conseguem progredir desde 2018, e a esperança era que a revogação dos artigos do decreto 8150 que têm congelado as promoções acontecesse ainda nos cem primeiros dias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que não ocorreu. A revolta na classe é ainda maior porque, segundo Lima, a diretoria da associação tenta se reunir com Camilo Santana desde o início de sua gestão, sem sucesso. E o processo interno que trata das reivindicações dos servidores tramita desde 2020 no MEC, ainda sem solução. 

    A situação se agravou ainda mais com a publicação, nesta terça, de novo edital do MEC para o cargo de técnico em assuntos educacionais, com 220 vagas de nível superior. Segundo Lima, o Inep precisa de “estatísticos, amostristas e psicometristas”, e o nível salarial, diante do custo de vida em Brasília, tem dificultado os trabalhos ainda mais. 

    “Praticamente todos pareceres jurídicos são favoráveis ao nosso pleito. Estamos muito preocupados com a quantidade de concursos que estão sendo abertos e a possibilidade de muitos colegas deixarem o Inep em razão desse congelamento. Nós já pedimos reunião com o ministro e ele ainda não nos atendeu. E o Fundeb coloca um mundo de pesquisa e estudo como obrigação para o Inep produzir. Com salário de 8 mil para Brasília, é quase impossível”, disse o presidente do Assinep.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.