Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Enem terá gratuidade limitada e veto a treineiros

Objetivo é diminuir os custos da prova, que neste ano superaram os R$ 650 milhões

Por Da redação
Atualizado em 25 nov 2016, 08h55 - Publicado em 25 nov 2016, 08h23

O candidato que prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mais de três vezes com isenção de taxa perderá o direito à gratuidade na quarta tentativa. Também não haverá mais certificação do ensino médio e não se aceitará a participação de “treineiros“. A medida faz parte de um pacote elaborado pelo Ministério da Educação (MEC) para diminuir os custos da prova, que neste ano superaram os R$ 650 milhões.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pelo Enem, apura os motivos que levam candidatos a realizar o exame repetidas vezes – há relatos de pessoas que participam das provas por até 8 edições consecutivas. “Ainda estamos pesquisando quem são elas e qual a motivação para essa recorrência”, disse a secretária executiva da pasta, Maria Helena Guimarães de Castro. “Não faz sentido que façam sete vezes sem pagar. Vamos dar a oportunidade de isenção por até três edições.”

Em reunião nesta quinta-feira, 24, entre o Inep e o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), outras providências para tornar o Enem “mais sustentável” foram anunciadas. Por exemplo: a prova servirá apenas para acesso ao ensino superior, e não mais para que o candidato obtenha o certificado de conclusão do ensino médio. A decisão tem como base um índice muito baixo de sucesso: dos 990 mil inscritos para este fim, apenas 72 mil conseguiram o diploma – pouco mais de 7%.

Para atender a esse público, será reativado o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), suspenso há três anos. “É a melhor solução. As provas são repassadas sob sigilo aos Estados, que ficam responsáveis pela aplicação e certificação”, disse Maria Helena.

Continua após a publicidade

O Enem também não aceitará mais a adesão de “treineiros”, candidatos que buscam conhecer a logística do exame antes de prestar “para valer” – normalmente estudantes secundaristas dos 1º e 2º anos. Só neste ano foram R$ 1 milhão de inscritos nesta categoria, incluídos no cálculo geral de custos (neste ano, R$ 74 por candidato).

Hora do Enem

O Inep prepara, junto às Secretarias Estaduais de Educação, a aplicação de simulados específicos para esse público. “Dessa forma, os objetivos dos treineiros serão atendidos, sem que isso represente mais ônus ao ministério”, justificou a secretária. Ela não informou se vai manter o programa Hora do Enem, plataforma online de estudos e simulados lançada pela gestão anterior, mas já opinou que se trata de “um modelo muito caro”.

Debatido entre o ministério e um grupo de consultores, o pacote de alterações no Enem também busca diminuir o índice de abstenção, que neste ano chegou a 30% – o mais alto dos últimos sete anos.

Continua após a publicidade

Segundo o MEC, 1,2 milhão de candidatos que obtiveram a isenção de taxa sequer abriram a notificação de local de prova. “É um pouco de falta de responsabilidade e cuidado com o dinheiro público, porque é o contribuinte, o povo brasileiro, quem paga a aplicação”, criticou Maria Helena.

Outra alteração em vista, mas que não trata especificamente de contenção de despesas, é o modelo de aplicação do Enem para estudantes sabatistas – aqueles que, por motivos religiosos, permanecem seis horas dentro de sala de aula à espera do início da prova, às 19 horas. “É um absurdo, uma tortura para esses estudantes”, disse o ministro Mendonça Filho em audiência pública na Câmara dos Deputados, na quarta-feira, 23.

Ele afirmou que, para a edição deste ano, não haveria tempo hábil para mudar as regras. Mas afirmou que “fará esforço para eliminar essa condição de humilhação para 2017”.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.