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‘Enem sobe de nível’ e aborda de Racionais a Belo Monte

Primeiro dia de prova trouxe questões sobre música do Racionais MC's, Gregorio Duvivier, Picasso e até apropriação cultural

Por Gabriel Justo
Atualizado em 5 nov 2017, 21h08 - Publicado em 5 nov 2017, 21h06

A primeira prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo, cobrou dos candidatos conhecimentos de linguagens, códigos e ciências humanas e suas tecnologias por meio de artistas e personalidades famosas, como Racionais MC’s, Gregorio Duvivier e até o personagem James Bond.

Na prova de linguagens, havia uma questão baseada na música “Fim de semana no parque”, do grupo de rap paulistano Racionais MC’s. Uma crônica do escritor Gregorio Duvivier foi assunto de uma das perguntas da prova, que teve duração de 5h30. Os artistas Frida Kahlo e Picasso também figuraram entre as questões.

“Neste ano a prova foi mais fluída e subiu muito de nível”, disse o professor Paulo Moraes, diretor do Anglo. “O Enem cobrou mais conteúdo sem ficar decoreba. Os conteúdos foram muito abrangentes, mas sem ruptura entre as diferentes áreas. Foi a melhor prova de humanidades dos últimos tempos.”

Enquanto a redação surpreendeu os estudantes com o tema “desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, problemáticas que eram aguardadas para a parte dissertativa acabaram aparecendo na prova de múltipla escolha.

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As características territoriais da usina de Belo Monte inspiraram uma das questões, assim como a admissão da Palestina pela ONU como estado observador – evento considerado importante no reconhecimento da região como um Estado independente.

“Eu nunca tinha parado para pensar no tema proposto na prova de redação”, contou o estudante José Carlos, 19, que pretende cursar Relações Internacionais na UNB (Universidade de Brasília). “Tive que usar bastante os textos de apoio, como um que falava sobre a difusão de tecnologias assistivas.”

A porcentagem de candidaturas de mulheres exigida aos partidos políticos e disposições constitucionais sobre terras indígenas também foram assuntos cobrados pela prova.

“O ‘padrão Enem’ é ter muita interpretação de texto, mas neste ano teve muito mais”, conta o estudante João Eduardo, 18, que vai concorrer a uma vaga no curso de engenharia civil na USP. “Como eu tenho mais facilidade com exatas, foi um dia bastante cansativo pra mim”.

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A inclusão de temas como violência contra a mulher, imposição de padrões estéticos e escravidão chamou a atenção da treineira Giulia Luchetta, que completou 16 anos no dia da prova. “É legal que eles coloquem esses temas na prova para que todo mundo fale sobre isso”, diz a estudante, que ainda não decidiu qual carreira vai seguir. “Valeu fazer como treineira porque agora já sei o que estudar pro ano que vem, que é para valer.”

História e filosofia

Na prova de ciências humanas, diversas correntes de pensamento foram cobradas, como o iluminismo e o manifesto futurista. Aristóteles, Sócrates, Demócrates e suas obras também inspiraram questões.

Já sobre história foram abordados o período pós-soviético, o 11 de Setembro, a Guerra do Golfo e até o Império Mali. Exigiram tempo dos candidatos ainda questões sobre Estado Novo e o período escravagista.

Uma foto de uma modelo usando uma roupa com referência ao cangaço foi usada numa questão sobre apropriação cultural, tema recorrente em discussões nas redes sociais.

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