Enem: Defensoria e MPF querem acesso universal a redações
Órgãos federais pedem que participantes confiram correção do MEC
A Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro informou nesta terça-feira que pretende ajuizar nos próximos dias uma ação civil pública solicitando ao Ministério da Educação (MEC) que todos os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011 tenham acesso à correção de suas redações. No Ceará, o Ministério Público Federal enviou nesta tarde solicitação semelhante à Justiça Federal.
Desde que foram divulgados os boletins de desempenho do Enem 2011, no final do ano passado, estudantes vêm mostrando descontentamento com a correção das provas. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), foram registradas 71 ações judicias solicitando o acesso à correção. Desse total, 27 questionaram oficialmente a nota atribuída. No entanto, até o momento, apenas um candidato paulista conseguiu que sua nota fosse alterada.
A redação do Enem, que teve com tema “Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado”, vale 1.000 pontos e é fator decisivo na hora da disputa por uma das vagas oferecidas em universidades federais pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Os participantes que tiveram a redação anulada não podem se cadastrar no sistema do MEC.
Em agosto do ano passado, o Inep assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com o MPF comprometendo-se a enviar uma cópia da correção da redação a todos os participantes do Enem. O compromisso firmado, porém, só terá validade a partir de 2012. De acordo com o Inep, a medida terá caráter “pedagógico”, já que as notas não poderão ser questionadas.