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Enem cancelado: remarcação de data deverá causar confusão

Por Marina Dias
1 out 2009, 13h08

Às 7 horas desta quinta-feira, todos os professores do cursinho Anglo já estavam instruídos sobre o que falar para os seus estudantes. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que seria aplicado em todo o país neste fim de semana, tinha sido cancelado. No entanto, a dica era para que os alunos não diminuíssem o ritmo de estudo e continuassem concentrados para as próximas provas. “Mesmo assim, a irritabilidade tomou conta da maioria, que se sentiu enganada e com os seus interesses prejudicados”, afirma Luís Ricardo Arruda, coordenador da unidade Anglo Tamandaré.

Isso porque, segundo ele, as universidades que iriam utilizar o Enem como primeira fase de seus vestibulares ou mesmo como somatória na pontuação “teriam um grande problema em considerar o resultado”, já que o Ministério da Educação (MEC) prevê um novo exame somente para daqui a até 45 dias. O coordenador do Anglo afirma que se o Enem não for remarcado ainda para o mês de outubro, vai haver uma enorme confusão nos calendários de prova.

O resultado parcial do Enem estava previsto para o dia 4 de dezembro e, com essa nota em mãos, os estudantes já poderiam se candidatar para as 23 universidades federais do país que iriam substituir seus vestibulares pelo exame. “Isso vai atrasar o processo”, afirma Arruda. A Unifesp, que prometia utilizar a pontuação do Enem como primeira fase, já está com a segunda etapa de seu processo seletivo marcada para os dias 17 e 18 de dezembro. No entanto, o MEC anunciou o atraso de um mês para a divulgação dos resultados, que sairiam então somente no início de janeiro.

Perguntas – De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, o tempo necessário para a aplicação de uma nova prova é o tempo de impressão de outras 4 milhões de cópias do exame. Como a metodologia exige que as questões sejam pré-testadas, o Inep, órgão responsável pelo Enem, tem um banco com cerca de 1.800 delas, que ajudarão a compor a nova versão da prova. Em nota oficial, o Inep diz que vai divulgar a remarcação da data “nos próximos dias, depois de reorganizar a logística”. A dica para os estudantes, segundo Haddad, é “aguardar a nova data e usar o tempo que ganhou com o incidente para continuar estudando”.

Arruda ainda afirma que a Fuvest não vai utilizar a nota do Enem como somatória em sua primeira fase do vestibular, marcada para o dia 22 de novembro, caso o resultado seja mesmo divulgado após o início de dezembro. “Além disso, daqui a 45 dias estaremos em 15 de novembro, data da primeira fase do vestibular da Unicamp”, declara o coordenador, “será praticamente impossível encontrar uma data que não cause prejuízo aos estudantes ou não coincida com outras porvas”.

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Fraude – Depois de ter sido alertado pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre a quebra do sigilo do exame, o ministro da Educação optou na madrugada desta quinta-feira pelo cancelamento do Enem, que estava marcado para este fim de semana, com a participação de mais de 4 milhões de estudantes. “Há fortes indícios de que houve vazamento, 99% de chance”, afirmou o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, no início da madrugada.

Na tarde de quarta, o jornal foi procurado por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado e no domingo. Propôs entregá-las à reportagem em troca de 500.000 reais. O Estado consultou o material, para checar sua veracidade, sem se comprometer com a compra. Haddad, que diz nunca ter tido acesso ao conteúdo da prova, confirmou o vazamento ao consultar os técnicos do Inep, órgão do ministério responsável pelo Enem. A comprovação da fraude se baseou em elementos repassados ao ministro pela reportagem, via telefone e e-mail.

(Com Agência Estado)

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