‘Enem 2021 está garantido’, diz presidente do Inep em depoimento à Câmara
Danilo Dupas foi convocado para dar explicações depois de denúncias de interferência na prova e assédio moral no órgão
Em pronunciamento à Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, o presidente do Inep, Danilo Dupas, garantiu que a edição desse ano do Exame Nacional do Ensino Médio, não será afetada pela exoneração coletiva, ocorrida na última segunda-feira, quando 37 servidores pediram para deixar seus cargos.
“As provas já estão prontas e disponíveis à aplicadora. Essa é a 24ª edição do exame, houve mudanças na equipe e, nem por isso, o exame deixou de ser realizado”, disse Dupas.
Coordenadores e coordenadores substitutos solicitaram para deixar seus cargos depois que vieram à tona casos de assédio moral e de tentativas de interferência na prova do Enem.
Em sua fala, o presidente da autarquia destacou que os servidores só deixarão os cargos quando a medida for publicada no Diário Oficial da União e que eles seguem sendo servidores do Inep, apesar de solicitarem a exoneração do cargo.
“Quero esclarecer que esses servidores colocaram o cargo à disposição da presidência. Estão compromissados com a sociedade. Então, continuam em suas funções. Vou me sentar com a associação dos servidores, juntamente ao MEC para para conversarmos. É um momento de diálogo uma questão interna que acredito que ganhou uma proporção externa. Tenho certeza que chegaremos a um consenso’, afirmou Dupas.
Reportagem da revista VEJA revelou que um Policial Federal entrou na sala segura, no dia 02 de setembro, onde a prova do Enem é realizada e fez perguntas incômodas aos servidores que trabalhavam no teste. Além disso, funcionários têm sido remanejado de setores sem consulta prévia. Servidores ligados à diretoria de estatísticas relataram que os trabalhos estão atrasados e devem prejudicar a aplicação de testes e produção de índices confiáveis, capazes de medir o impacto da pandemia na educação básica.
Dupas também assegurou a realização de outras avaliações importantes mantidas pelo órgão, como Enade , que atesta a qualidade dos cursos de ensino superior e o Saeb, que mede a proficiência dos alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, servindo como parâmetro para distribuição das verbas do orçamento.
Em suas falas, deputados, integrantes da Comissão de Educação, fizeram comentários sobre a situação no Inep. “Se eu tivesse que resumir a gestão de Bolsonaro na educação ficaria com duas palavras: destruição e inação”, afirmou Tábata Amaral (PSB-SP) “Sua gestão representa o processo de desmonte do Ministério de Educação do governo Bolsonaro”, Israel Batista (PV-DF)
Integrantes da base bolsonarista também fizeram intervenções favoráveis a Danilo Dupas. “Hoje foi a crise com os servidores, mas todo ano, se inventa problema com Enem e dão um jeito de atacar o governo”, disse Átila Lira (PP-PI)