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Depois de Columbine, escolas americanas investem em prevenção à violência

Estudos mostram que aumento da vigilância por câmeras ou agentes não impede novos massacres

Por Nathalia Goulart
7 abr 2011, 18h26

Bastaram alguns minutos depois das primeiras notícias sobre o massacre na escola de Realengo, na zona Oeste do Rio, para que a tag Columbine entrasse nos trending topics do site de microblog Twitter. Diante de uma tragédia como a ocorrida no colégio municipal Tasso da Silveira, é inevitável relembrar o massacre ocorrida há quase doze anos no interior do estado americano do Colorado. Em 20 de abril de 1999, dois estudantes abriram fogo contra colegas matando 13 pessoas e deixando outras 25 feridas. Desde então, Columbine se tornou sinônimo de horror e tristeza.

O crime causou comoção no mundo todo e disparou um alerta nas escolas americanas, que partiram imediatamente em busca de mecanismos de prevenção a tragédias semelhantes. A maioria instalou mais camêras de segurança e aumentou o número de vigilantes, tanto dentro quanto do lado de fora de seus muros. As medidas, porém, caíram em descrédito assim que ficou comprovado que Columbine também contava com câmeras e seguranças na hora em que os dois jovens atiraram contra os colegas.

Estudos realizados posteriormente pela professora Lynn Addington, criminalista da American University e especialista no caso de Columbine, mostraram que medidas excessivas de segurança, além de ineficientes, vêm sempre acompanhadas de altos custos. “O primeiro deles é financeiro, porque aumentar a verba para câmeras e outros dispositivos significa cortar recursos de outros lugares”, explica a professora em um de seus estudos. “Além disso, essas medidas comprometem a privacidade dos alunos e aumentam o medo na escola. As pesquisas de Addington revelaram que o excesso de aparatos de segurança cria nos alunos a sensação de que as escolas são inseguras.

Com o passar dos anos, estratégias alternativas de prevenção à violência ganharam terreno dentro das escolas. Como medidas de médio e longo prazo, os diretores e professores investiram em medidas para combater o bullying e em serviços de aconselhamento. Essa tendência se refletiu nos investimentos. Entre 1999 e 2008, a verba destinadas ao reforço da segurança foi reduzida em dois terços e o programa que colocou 6.300 policiais nas imediações de escolas foi demantelado pelo Departamento de Justiça em 2005. No mesmo período, as verbas destinadas a programas de aconselhamento quase dobraram.

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Outra estratégia que ganhou impulso foi a melhoria do relacionamento entre diretores, professores e alunos. Um levantamento feito pelo Serviço Secreto logo após Calumbine analisou 37 massacres semelhantes e revelou um dado preocupante: os assassinos, quas sempre, contam a colegas sobre seus planos macabros antes de executá-los. Esses estudantes, porém, não reportam as conversas aos responsáveis pela escola ou às autoridades.

Conta-ataque – Especialistas avisam que, independentemente das estratégias adotadas, crimes como o desta quinta-feira são muito difícieis de serem evitados. Infelizmente, nenhuma comunidade está livre de uma tragédia do tipo, dizem eles. A solução é estar bem preparados para quando eles acontecerem.

A Swat (Special Weapons and Tatics, destacamento de elite da polícia americana) se debruçou sobre a sequência de acontecimentos em Columbine para definir estratégias mais eficientes de ação. “Percebemos que nenhuma tropa de elite é capaz de chegar a tempo de evitar o massacre”, diz Mascos do Val, instrutor da Swat. Diante dessa constatação, a polícia criou o programa First Responder, ou Atirador Ativo, onde vigilantes e seguranças responsáveis pela escola são treinados para agir rapidamente. “O treinamento é rigoroso, com o objetivo de prepará-los para usar munições letais em situações de extrema gravidade e sob forte pressão”, explica Marcos do Val.

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Depois de Columbine, outros cinco grandes ataques contra estudantes foram registrados em escolas americanas, totalizando 53 mortes. Entre eles, está o massacre ocorrido na Universidade Virginia Tech, onde o sul-coreano Cho Seung-hui matou 32 pessoas em 2007.

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