Alesp aprova CPI para apurar abusos na USP
Nesta quarta-feira, o Colégio de Membros deve definir os nomes dos deputados que vão integrar a comissão, só então os trabalhos poderão ser iniciados
A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias de estupros e outras violações de direitos humanos na Universidade de São Paulo (USP) e outras instituições de ensino paulistas. Nesta quarta-feira, o Colégio de Membros terá uma reunião onde devem ser definidos os nomes dos deputados que vão integrar a comissão. Os trabalhos só poderão ser oficialmente iniciados após a definição dos nomes, que deve acontecer até o fim desta semana.
A CPI foi proposta pelo deputado estadual Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp, e terá como um dos objetivos apurar o financiamento das festas em que ocorreram os casos denunciados recentemente, como dois episódios de estupro relatados por alunas em audiência pública da comissão, no mês de novembro.
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Um deles foi em 2011, em uma festa chamada Carecas no Bosque, organizada pela Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz (AAAOC), de estudantes da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). “A Atlética virou uma fonte de dinheiro. Deixou de ser uma entidade acadêmica para ser foco de negócios, foco empresarial”, afirmou Adriano Diogo durante audiência na Alesp.
Um relatório produzido por comissão interna da FMUSP apontou que a violência sexual “ocorre de forma repetida” no espaço da instituição. Além disso, há relatos de racismo, uso de drogas e consumo abusivo de álcool. O Ministério Público de São Paulo também investiga as denúncias, que incluem oito casos de estupro cometidos em eventos universitários. Foi preciso que a comissão “furasse fila” e passasse à frente de outras três para ser aprovada. Além dos casos específicos da USP, a CPI poderá apurar denúncias semelhantes em qualquer universidade do Estado de São Paulo.
(Com Estadão Conteúdo)