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Zona do Euro enfrenta tensão com a Grã-Bretanha e o risco de perder o tríplice A

Por Por Dave Clark
12 dez 2011, 16h49

Os efeitos do acordo alcançado na reunião de cúpula europeia da semana passada duraram pouco, depois da abertura de uma nova frente de tensão com a Grã-Bretanha, num mercado temeroso de que as agências de classificação rebaixem a nota de solvência da dívida de seus países, ao que se soma uma desaceleração da economia.

As bolsas europeias fecharam no vermelho nesta segunda-feira, com a de Milão liderando as perdas: 3,79%, seguida por FranKfurt, 3,36% negativos; Madri, menos 3,11%; Paris, menos 2,61% e Londres, em baixa de 1,83% – arrastadas pelas fortes perdas dos bancos. O euro chegou a ser cotado, durante o dia, abaixo de 1,32 dólar.

Ao lado desse cenário, a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) anunciou o registro de uma “desaceleração da atividade” das grandes economias em outubro, enquanto que a agência de classificação Fitch revisou para menos a expectativa de crescimento mundial para 2012 e 2013, a 2,4% e 3,0%.

As nuvens da crise se abatiam novamente sobre as economias da Zona do Euro, deixando para trás os efeitos positivos do acordo para um pacto fiscal que abalou a unidade europeia, depois da rejeição da Grã-Bretanha a assiná-lo, apesar do apoio de outros 26 países.

Tanto o comissário de Assuntos Monetários da UE, Olli Rehn, quanto o presidente francês, Nicolas Sarkozy, lamentaram o fato de o primeiro-ministro britânico, o conservador David Cameron, ter-se recusado a se somar ao acordo, voltado para endurecer a disciplina fiscal.

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Sarkozy, que foi um dos artífices desse pacto, junto com a chefe do governo alemão, Angela Merkel, considerou que a negativa britânica “criou duas Europas”, segundo entrevista concedida ao jornal Le Monde.

Olli Rehn lamentou a negativa “não apenas pelo bem da Europa, mas pelo futuro dos britânicos”.

Cameron defendeu seu veto nesta segunda-feira no Parlamento, assegurando que foi a “resposta correta” a ser dada, embora tenha insistido em que o Reino Unido continue sendo “membro de pleno direito” da UE.

“A escolha a ser feita era entre um tratado sem as salvaguardas adequadas ou nenhum tratado, e a resposta certa para isso era nenhum tratado”, declarou Cameron num pronunciamento na Câmara dos Comuns, onde brilhou pela ausência o vice-primeiro-ministro, o liberal-democrata e pró-europeu Nick Clegg.

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A agência de classificação Moody’s considerou que, com a Grã-Bretanha ou sem ela, a reunião de cúpula europeia destacou-se pela falta de medidas destinadas a estabilizar os mercados em curto prazo e informou que reexaminaria nos próximos três meses a nota da dívida de todos os Estados da UE.

Na primeira prova de fogo para a dívida soberana de um país da Zona depois do acordo fiscal, a Itália pagou, nesta segunda-feira, juros de 5,952%, em leve baixa em relação à emissão anterior dos papéis da dívida a 12 meses, embora continuem excepcionalmente altos, ameaçando os objetivos do governo de Roma de reduzir o déficit público.

O governo de Mario Monti enfrentou também, nesta segunda-feira, uma greve nacional de três horas, a primeira coordenada pelos principais sindicatos em seis anos, contra os cortes draconianos anunciados para reduzir a dívida colossal italiana de 1,9 trilhão de euros (120% do PIB).

Já a Grécia se prepara para uma nova rodada de negociações tensas com os credores internacionais e possuidores de papéis da dívida para pôr em prática o novo plano de resgate acertado com a Zona do Euro no dia 21 de outubro passado, que prevê o perdão de 50% do débito em mãos privadas, representando 100 bilhões de um total de 350 bilhões da dívida pública do país.

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O ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, deve reunir-se ainda hoje com os auditores da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional, além do chefe do Instituto Internacional de Finanças, Charles Dallara, que representa os bancos.

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