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Visitantes vão pagar caro para participar da Rio+20

Alimentação, transporte e lazer na cidade-sede da conferência estão tão ou mais caros do que nas cidades turísticas mais visitadas no mundo

Por Luís Bulcão, do Rio de Janeiro
8 jun 2012, 12h31

É possível que uma boa parte das 70 mil pessoas esperadas para a Rio+20 viva a experiência de visitar o Rio de Janeiro pela primeira vez na conferência da ONU, que ocorre entre os dias 13 e 22 de junho – com os encontros de alto nível a partir do dia 20. A conferência sobre desenvolvimento sustentável é a primeira grande reunião de estrangeiros de agora, num ciclo que deve se repetir pelo menos outras quatro vezes – na Jornada Mundial da Juventude e na Copa das Confederações, em 2013; na Copa do Mundo em 2014; e nos Jogos Olímpicos de 2016.

O que os participantes da Rio+20 vão descobrir, depois da má repercussão dos altos valores de diárias de hotel na cidade, é que visitar o Rio de Janeiro é tão ou mais caro – dependendo do programa – que as principais capitais turísticas do mundo. Além do alto custo para acomodação, gastos com alimentação, transporte e lazer fazem com que os cariocas e seus hóspeder tenham que competir diretamente com destinos consolidados, como Paris, Londres e Nova York.

O secretário municipal de turismo do Rio, Pedro Guimarães, afirma que não foi identificada ainda uma alta demasiada nos preços da cidade por causa da conferência. E diz que a os preços cobrados no Rio são determinados pelo mercado. “O Rio está na moda. Entrou definitivamente no roteiro”, diz. “A cidade sempre teve suas características maravilhosas, sempre foi um destino desejado. A tendência é que a medida que as procuras começam a aumentar, você passa a ter um fluxo maior de turistas, os hotéis ficam mais cheios e os preços aumentam. O Rio começou a competir em um outro patamar”.

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Alimentação – O real forte deixa os preços altos para o turismo em todo o país. Anualmente, a revista The Economist publica o seu Índice Big Mac, onde compara os preços do hambúrguer mais famoso da rede americana em todos os países do mundo. Na verdade, a revista quer um parâmetro para mostrar se as moedas estão valorizadas ou subvalorizadas em relação ao dólar. Ainda assim, o índice mostrou, no início de 2012, que o Brasil tinha o quarto Big Mac mais caro do mundo, custando em média 5,68 dólares. O país perde apenas para Suíça, Noruega e Suécia. Nos Estados Unidos, o preço médio do Big Mac é 4,20 dólares. Na zona do Euro, 4,43.

A revista calculou, em janeiro, o preço do dólar a 1,81 reais. Hoje, com o dólar já passando os dois reais, o visitante da Rio+20 terá que desembolsar 5,13 dólares (10,25 reais) para ter o seu Big Mac nas lanchonetes cariocas, ainda alto em relação ao que se paga nas maiores cidades turísticas do planeta.

No Riocentro, onde se realizará a cúpula de chefes de estado, os visitantes vão poder escolher entre 17 restaurantes. Redes como o Pão de Açúcar, Bob’s, MegaMatte, Viva Orgânicos, BenkeiSushi, Les Sables Café, TerraViva e MilFrutas estarão presentes na praça de alimentação que ocupará todo o pavilhão 2. Apesar de não ter o preço dos alimentos ainda definido, a garrafa de água (500ml) custará quatro reais no Riocentro. Os refrigerantes cinco reais e sucos entre três e quatro reais. A Cúpula dos Povos também terá espaço para alimentação, mas os preços ainda não foram definidos.

Acomodação – Após a polêmica nos preços e vagas de hotéis da cidade, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio (ABIH-RJ) estima que os preços se estabilizem em torno de 670 reais o quarto simples em hotel quatro estrelas e 1.100 reais o quarto simples em hotel cinco estrelas. De acordo com o Índice de Preços de Hotéis do site Hotels.com, que junta informações de reservas feitas em 149 mil acomodações ao redor do mundo, independente do número de estrelas, o preço médio das diárias no Rio subiu de 414 reais para 468 reais de 2010 para 2011. Apesar de ter crescimento de 13%, ainda está abaixo da média de preços de Nova York, 519 reais, segundo o índice.

No entanto, é possível hospedar-se no tradicional hotel Plaza Athenée, no Central Park, em Manhattan, pagando a partir de 1.127 reais, segundo o site Expedia, de reservas de voos e hospedagem. O Copacabana Palace, no Rio, por valores a partir de 1.140 reais. Já, segundo o índice do hotels.com, as hospedagens em cidades como Paris, com média de 375 reais, e Londres, com média de 345 reais, são mais em conta que as cariocas. De acordo com o índice, os preços do Rio batem inclusive os de São Paulo, que tiveram média de 375 reais em 2011.

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Transporte– Haverá transporte especial para os participantes credenciados para a Rio+20 circularem entre a zona sul e a zona oeste, onde estão o Parque dos Atletas e o Riocentro, principais locais da conferência. O Comitê Nacional de Organização da Rio+20 disponibilizará 350 ônibus divididos em nove linhas. Duas dessas linhas vão conectar os aeroportos Internacional Antônio Carlos Jobim e Santos Dumont aos hotéis. As outras sete ligarão o centro, a zona sul e a Barra da Tijuca ao Riocentro. O governo do Rio também vai pôr das ruas17 ônibus sustentáveis para transportar as delegações entre dias 13 e 22 de junho. Os coletivos serão de três tipos: diesel 100% de cana, diesel S50 (com menor teor de enxofre) e diesel e gás.

Mas quem for recorrer aos táxis precisa estar preparado. Entre Copacabana, onde se localiza a maior parte dos hotéis, e o Riocentro, por exemplo, as corridas em dias normais custam cerca de 65 reais. Para a Cidade dos Atletas, a viagem pode sair em torno de 60 reais. Quando o destino é o Aterro do Flamengo, também na zona Sul, onde acontecerá a cúpula dos povos, o custo é menor. A corrida sai por aproximadamente 18 reais. Caso o passageiro opte pelo taxi especial, o preço aumenta. Para o Riocentro e a Cidade dos Atletas, é necessário desembolsar 110 reais e, para o Aterro, 28.

O esquema de ônibus para os não credenciados será reforçado. A prefeitura esquematizou uma linha especial com ponto de partida do shopping Rio Sul, em Botafogo. O coletivo fará ligações com as estações de metrô Cardeal Arcoverde, em Copacabana, e General Osório, em Ipanema, com destino ao Riocentro, Parque dos Atletas e Arena da Barra. O executivo da cidade também reforçou algumas linhas de ônibus estratégicas. A linha 2018, por exemplo, que circula entre o Galeão e o Alvorada, via zona sul, terá 18 coletivos ao preço de 12 reais a passagem.

A linha 2918, que também faz o percurso Galeão-Alvorada, mas pela Linha Amarela, terá 13 ônibus com tarifa de 12 reais. Para quem circular pela linha 332, Taquara-Castelo, via Rio Centro e orla, encontrará um reforço de 29 ônibus convencionais e pagará 5,40 reais pela viagem.

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