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Vendas no varejo crescem 0,3% em dezembro–IBGE

Por Da Redação
14 fev 2012, 11h37

Por Rodrigo Viga Gaier e José de Castro

RIO DE JANEIRO, 14 Fev (Reuters) – As vendas no varejo brasileiro cresceram 0,3 por cento em dezembro ante novembro, mostrando desaceleração, e fecharam 2011 com alta de 6,7 por cento, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. Os números, apesar de terem vindo melhores do que o esperado, não mudaram as expectativas do mercado sobre a tendência de afrouxamento da política monetária.

Em novembro, quando comparado com outubro, as vendas cresceram 1,2 por cento, dado que foi levemente revisado agora pelo IBGE, ante uma alta de inicial de 1,3 por cento.

Em relação a dezembro de 2010, as vendas também subiram 6,7 por cento, menor alta desde a expansão de 3,9 por cento vista em dezembro de 2008, período em que a economia sofria com os efeitos da crise financeira internacional.

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Analistas ouvidos pela Reuters previam alta de 0,05 por cento mês a mês e avanço anual de 6,30 por cento.

“As pessoas não esperam mais dezembro para fazer as compras de Natal…Não se espera o décimo terceiro salário para ir às compras. Hoje há uma oferta de crédito maior, condições de financiamento mais atrativas e tudo favorece a uma compra antecipada”, afirmou o economista do IBGE Reinaldo Pereira, justificando a desaceleração da alta em relação a novembro.

Na série com ajuste sazonal, segundo o IBGE, sete das dez atividades tiveram crescimento no volume de vendas, entre elas Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (+6,9 por cento), Móveis e eletrodomésticos (+2,6 por cento) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (+1,3 por cento).

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As quedas ficaram por conta de Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,3 por cento), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,5 por cento) e Combustíveis e lubrificantes (-0,5 por cento).

No acumulado do ano, o setor de Móveis e eletrodomésticos teve a maior influência positiva sobre o varejo, com alta de 16,6 por cento e respondendo por 45,6 por cento do desempenho da taxa anual. O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo veio logo em seguida, com expansão de 4,0 por cento e impacto de 27,3 por cento sobre o ano.

No ano passado, as vendas no varejo foram amparadas pelo forte mercado de trabalho brasileiro. Segundo dados do próprio IBGE divulgados no final de janeiro, a taxa de desemprego no país caiu para 4,7 por cento em dezembro, inferior aos 5,2 por cento vistos em novembro e a menor da história. Ao mesmo tempo, o salário médio havia subido 2,6 por cento no ano, chegando a 1.650 reais em dezembro.

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“O comércio foi um setor que sofreu menos com os efeitos da crise global e andou acima da economia brasileira. Já tinha sido assim na crise de 2009”, acrescentou Pereira.

O economista do IBGE destacou a importância da queda da taxa básica de juros no desempenho do varejo. “Isso é crédito mais barato e deve estimular mais o consumo, bem como o aumento do salário mínimo e inflação sob controle, podemos retomar o ritmo de vendas de 2010.”

Com o desempenho do varejo em dezembro, o mercado já começa a melhorar, pelo menos um pouco, suas projeções para a atividade econômica do pais em 2011. A Rosenberg Consultores Associados, por exemplo, informou por meio de relatório que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser mais perto de 0,5 por cento do que de zero no quarto trimestre. De modo geral, as projeções são de que o PIB brasileiro deve ter crescido cerca de 3 por cento no ano passado.

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POLÍTICA MONETÁRIA

Para a economista-chefe da Icap Brasil, Inês Filipa, os números não alteram perspectivas quanto aos próximos passos do Banco Central na condução da política monetária. “Ainda esperamos que a Selic termine abril em 9,5 por cento ao ano”, afirmou.

O atual ciclo de redução dos juros pelo BC começou em agosto passado, em meio ao agravamento da crise internacional. Desde então, a taxa Selic -hoje em 10,50 por cento ao ano- já foi cortado em quatro ocasiões em 0,50 ponto percentual cada, a última no final do mês passado.

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E o mercado prevê mais quedas. O último relatório Focus do BC mostrou que o mercado estima que a Selic terminará 2012 em 9,5 por cento, mas subirá novamente em 2013, fechando o ano em 10,50 por cento.

A analista da Tendências Consultoria Mariana Oliveira também vê pouco impacto dos dados de varejo sobre as perspectivas para a Selic, uma vez que o BC tem sido claro nas sinalizações de que perseguirá um juro básico de um dígito.

“Mas acho que pode haver pressão inflacionária no segundo semestre, o que levaria o BC a subir juro no início de 2013”, acrescentou.

(Reportagem adicional de Diogo Ferreira Gomes)

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