Vendas no comércio recuam 0,3% em outubro
Desempenho negativo veio após crescimento de 0,5% registrado em setembro
As vendas no comércio varejista recuaram -0,3% na passagem de setembro para outubro, após crescer 0,5% no mês anterior. O setor acumula alta de 1,6% no ano e de 1,5% em 12 meses. Nesse cenário, o varejo opera 4,4% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 2,0% abaixo do maior nível da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), atingido em outubro do mesmo ano. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 14, pelo IBGE e demonstram a desaceleração da economia no segundo semestre.
“As variações estão muito próximas a zero desde fevereiro, ficando na leitura da estabilidade em todos os meses exceto março (0,7%), maio (-0,6%) e julho (0,7%). Isso mostra um retorno ao comportamento anterior a 2020, após as variações mais acentuadas que observamos no período de pandemia, com números ainda mais tímidos do que o padrão pré-Covid. Mas, num cenário de médio prazo, a perspectiva está positiva, com crescimento nos acumulados do ano e em 12 meses”, analisa o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
Santos destacou ainda o predomínio de taxas negativas entre as atividades, com 5 dos outros setores pesquisados no campo negativo: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-1,9%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%), Combustíveis e lubrificantes (-0,7%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,1%).
Já no campo positivo, ficaram Livros, jornais, revistas e papelaria (2,8%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,2%).
“A atividade que puxou mais para baixo foi a de Equipamentos e material para escritório, mas também tivemos atividades de maior peso como Hiper e supermercados e Combustíveis puxando para baixo. Já no campo positivo, o que influenciou para cima foi a atividade de Artigos farmacêuticos. A atividade de Livros e jornais teve uma variação mais alta, mas tem pouco peso”, explica.
Outro destaque foi a atividade de Combustíveis e lubrificantes (-0,7%): a atividade vinha apresentando ganho de receita, mas com ganho real reduzido devido aos efeitos da inflação. Já em outubro, a atividade teve queda mais intensa na receita (-1,6%) do que em volume (-0,7%). Vale lembrar que a trajetória de crescimento da atividade no indicador de volume no segundo semestre de 2022 foi atrelada à política de redução de preços da gasolina, iniciada em julho de 2022, elevando a base de comparação.
Em relação ao varejo ampliado, o volume de vendas variou -0,4% entre setembro e outubro. “Tanto a atividade de Veículos, motos, partes e peças (0,3%) como a de Material de construção (2,8%) ficaram no campo positivo em relação a outubro. Porém, a atividade de Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, que ainda não tem essa abertura divulgada na pesquisa, influenciou negativamente o índice geral”, analisou o gerente.