Vendas de iPhone levam a Apple a um lucro recorde
Mesmo com inflação global e escassez de chips, companhia apresentou lucros de US$ 34,6 bilhões contra US$ 28,7 bilhões, no mesmo trimestre do ano anterior
Nem mesmo o cenário macroeconômico pode frear a Apple, gigante de tecnologia fundada por Steve Jobs. A inflação nos Estados Unidos no patamar de 7%, a maior do país em 40 anos, e a crise na cadeia de suprimento com a escassez de chips – componente fundamental para a fabricação dos produtos – não puderam competir com a força da gigante. A companhia apresentou receita e lucros recordes no primeiro trimestre fiscal de 2022, impulsionados principalmente pelo iPhone e pelo crescimento de assinaturas em serviços.
As vendas da companhia subiram 11%, alcançando uma receita recorde de 123,9 bilhões de dólares, bem acima das estimativas dos analistas de mercado, que estimavam 118,66 bilhões de dólares. Os lucros da companhia também superaram pela primeira vez a cifra de 30 bilhões de dólares. A Apple registrou lucro líquido de 34,63 bilhões, 20,4% superior ao mesmo período de 2020. Com isso, o lucro líquido por ação ficou em 2,10 dólares, acima da média do ano passado, de 1,68 dólares, e da média estimada pelos analistas de mercado, de 1,89 dólares.
Os resultados da Apple foram impulsionados pela venda de iPhones, que cresceram 9% em relação ao mesmo período do ano passado, gerando uma receita de 71,16 bilhões para a companhia. “Embora os problemas da cadeia de suprimentos custem à empresa mais de 6 bilhões de dólares em receita, os resultados mostraram uma vitória contra os bloqueios e a escassez de chips que atingiram muitos setores durante a pandemia”, diz o relatório da Seeking Alpha, serviço de conteúdo para o mercado financeiro.
“Os resultados recordes deste trimestre foram possíveis graças à nossa linha de produtos e serviços mais inovadora de todos os tempos”, disse Tim Cook, CEO da Apple, em uma teleconferência, mencionando os lançamentos iPhone 13, Apple Watch Series 7 e Macs renovados. “Estamos satisfeitos em ver a resposta dos clientes em todo o mundo em um momento em que permanecer conectado nunca foi tão importante.” A unidade de wearables (aparelhos de “vestir”), que inclui o Apple Watch e AirPods, gerou 14,7 bilhões de dólares em receita, acima dos 12,9 bilhões de dólares vistos no primeiro trimestre de 2021.
A área de serviços, que inclui o iCloud e aplicativos pagos como Apple TV+, Apple Music e Apple Fitness, está crescendo e já constitui parte importante e significativa das receitas. Essa parte do negócio alcançou uma receita de 19,52 bilhões, aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. “Serviços é a unidade de negócios mais lucrativa da Apple e sua ascensão contribuiu para a margem bruta acima do esperado”, diz Guilherme Zanin, analista da plataforma de investimentos Avenue.