Vendas de imóveis novos em São Paulo recuam 16% em março, diz Secovi-SP
Queda nos lançamentos está relacionada à falta de confiança no ambiente político e econômico brasileiro, além das mudanças na legislação urbana de São Paulo
As vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo caíram 16% em março, na comparação anual, a 1.070 unidades, informou nesta terça-feira o sindicato da habitação, Secovi-SP.
Segundo a entidade, com o resultado de março, o primeiro trimestre totalizou 2.856 unidades residenciais comercializadas na capital paulista, volume 4,4% acima do mesmo período de 2015. Apesar disso, o volume vendido nos primeiros três meses do ano ficou abaixo da média para o período, de 5,5 mil unidades entre 2004 e 2015.
Em março, o valor global de vendas (VGV) foi de 645,7 milhões de reais, queda anual de 10,5% e alta de 43,5% sobre fevereiro.
“Os primeiros três meses do ano mantiveram a tendência observada ao longo de 2015, de comercialização de unidades com tíquete baixo, predominantemente de dois dormitórios, o que resultou na diminuição do montante vendido na cidade de São Paulo”, disse em nota o presidente do Secovi, Flavio Amary.
Em março, foram lançadas 565 unidades residenciais na capital paulista, queda anual de 26,9%. Em relação a fevereiro, no entanto, os lançamentos cresceram 230%, de acordo com dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), citados pelo Secovi-SP.
No trimestre, o volume de 1.692 unidades lançadas foi 23% menor que em relação ao mesmo período de 2015, ficando no menor patamar para o período desde 2004, quando foi adotada a atual metodologia, disse o Secovi.
A queda nos lançamentos está relacionada à falta de confiança no ambiente político e econômico brasileiro, além das mudanças na legislação urbana de São Paulo, segundo o sindicato. As empresas do setor também precisam gerar caixa e reduzir estoque.
Caso o processo de impeachment seja concluído, a expectativa do Secovi é de que um ajuste fiscal promova gradativamente a confiança dos agentes do mercado imobiliário e dos consumidores.
“Sendo assim, nos próximos meses, poderemos ter um aumento nos lançamentos e, consequentemente, na demanda de imóveis novos em São Paulo”, disse Amary.
Ainda segundo o Secovi-SP, a cidade de São Paulo encerrou março com 25.823 imóveis residenciais disponíveis para venda, volume abaixo da média dos últimos 12 meses, de 27 mil unidades.
Leia também:
Após disparar quase 5%, dólar perde força e termina o dia em alta de 0,63%
Empresas brasileiras renegociam US$ 24 bilhões em dívidas no exterior
(Com agência Reuters)