
Na visão de analistas de mercado, a potencial união com a gigante americana poderia ser benéfica à Embraer (Roosevelt Cassio/Reuters)
O anúncio de negociação para uma combinação de negócios entre a americana Boeing e a Embraer fez as ações da companhia brasileira dispararem quinta-feira na B3 (nova denominação da Bolsa paulista). Com o salto de 22,5% ao fim do pregão, para 20,20 reais, o valor de mercado da Embraer superou 15 bilhões de reais — 3 bilhões de reais a mais do que na véspera. Na máxima, o papel chegou a 23 reais, com valorização de 40%.
O grande interesse da Boeing na Embraer reside no segmento de aviação regional, atendido por aeronaves com cerca de cem lugares, disse André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company e especialista em aviação. “Embora a Embraer tenha bons produtos de uso militar, a Boeing é um colosso no setor”, disse. “Os aviões da Embraer no setor são mais de transporte e treinamento do que, propriamente, de combate, o que fez o Brasil comprar caças suecos.”
O movimento da Boeing também seria uma forma de a americana se proteger do acordo firmado entre a franco-alemã Airbus e a canadense Bombardier, nesse mesmo segmento, em outubro. Para Jorge Leal, especialista em aviação e professor da USP, a Embraer teria menor necessidade de formar uma parceria do gênero. “A Embraer vem se dando melhor no mercado do que a Bombardier”, disse.
Na visão de analistas de mercado, a potencial união com a gigante americana poderia ser benéfica à Embraer. O BTG Pactual calculou que o prêmio ante a avaliação atual da empresa brasileira poderia chegar a 50% e estimou o negócio em 15 bilhões de dólares (mais de 50 bilhões de reais).
Desvalorização
O BTG lembrou, porém, que as ações da Embraer vinham sendo negociadas em patamar bastante baixo. Com as dificuldades enfrentadas no ano passado, a empresa viu o preço de seu papel perder quase 50% — saindo de 29,19 reais, ao fim de 2015, para 15,54 reais, em dezembro de 2016. Ao longo deste ano, mesmo com a melhora dos dados do balanço, o ânimo dos investidores com o papel foi bem limitado.
Entre 1º de janeiro e 20 de dezembro de 2017, o papel ordinário (que dá direito a voto) da Embraer havia avançado 6,11%, para 16,49 reais, uma alta de pouco mais de 6%. O desempenho da fabricante ficou bem abaixo do Ibovespa, que acumulava ganho de mais de 20% até quarta-feira.
Prós e contras
Ao se associar à Boeing, a Embraer ganharia acesso a clientes e a capital mais barato para seus aviões de médio porte, segundo Castellini, da Bain & Company. No entanto, o especialista ressalvou que, qualquer que seja o desenho do acordo — aquisição de todo o negócio ou parceria específica na aviação regional —, a fabricante colocaria em risco uma de suas principais vantagens: a agilidade. “A Embraer é vista como uma empresa capaz de trazer bons produtos de forma rápida ao mercado”, explicou. “Ao se tornar subsidiária de uma gigante, esse poder de decisão seria reduzido.”
Um amigo meu que trabalha na Embraer, é engenheiro, deve estar com insonia, é medo de perder o emprego. Se a Boeing transferir a sua produção para cá é ótimo, agora, fechar a empresa, aí não dá.
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Apesar de privatizada ela ainda é semi estatal e os pelegos esquerdistas tem medo de perder as mordomias trabalhistas que ainda existem. Com uma empresa norte americano, eles teriam de trabalhar duro mesmo ou rua !
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Se a Embraer não quiser sumir do mapa e o Brasil perder empregos e produção, o caminho seria criar uma empresa de parceria. A Bombardier já mostrou o caminho.
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Lembrando que a Boeing comprou a poderosa McDonnell Douglas e os produtos desta sumiram do mercado. A melhor forma de preservar os empregos e atrair outras empresas para cá, isto é, Reforma Tributária já!
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“…para cá é baixar os impostos, isto é, Reforma Tributária já!”
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