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Vale questiona Fazenda por ter lhe mandado à Justiça

Por Da Redação
27 jan 2012, 20h05

Por Sabrina Lorenzi

RIO DE JANEIRO, 27 Jan (Reuters) – A Vale está questionando junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), do Ministério da Fazenda, por que o órgão remeteu à Justiça um pedido de julgamento que envolve a cobrança de 9,8 bilhões de reais com base em processos similares de outras empresas que foram julgadas pelo mesmo Conselho.

O Carf decidiu na semana passada repassar para a esfera judicial um dos recursos que estão sob sua análise a pedido da Vale, disse nesta sexta-feira o diretor financeiro da empresa, Tito Martins.

O recurso se refere à cobrança de impostos, pelo governo, de lucros da Vale obtidos no exterior, cujo valor supera os 10 bilhões de reais, considerando também multa e juros. A Vale quer manter este e outros três processos no âmbito administrativo.

“Quero ter o direito de ter o processo avaliado pelo Carf porque outros processos iguais aos nossos foram avaliados com ganho de causa para os contribuintes”, disparou o executivo, referindo-se à Marcopolo e à Perdigão. “Por que julgou os outros e não julgou os nossos? Estamos tomando as medidas legais cabíveis para isso”, acrescentou.

São quatro processos da mesma natureza envolvendo Vale e Fazenda. Dois deles, segundo o executivo, ainda estão no âmbito administrativo, enquanto um deles já estava na Justiça antes desta última decisão do Carf.

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Em novembro de 2011, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 2a Região manteve a incidência do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre os lucros da empresa no exterior, uma cobrança contestada pela Vale.

A justificativa do Carf para enviar o processo para a esfera judicial, contestada pela Vale, seria o fato de um processo bem parecido já estar tramitando na Justiça.

“Quando se entra na Justiça há um problema: o juiz que julgar não é um entendedor da matéria, então leva-se ao Conselho (Carf) para estudar aquilo e dizer o que acha”, explica Tito Martins. Depois, se a empresa perde, tem ainda o direito de entrar na Justiça e isso serve para uma série de tributos, acrescentou.

R$40 BILHÕES EM PERDAS POSSÍVEIS

Segundo o último documento da Vale enviado à Securities Exchange Comission (SEC) com informações contábeis, autoridades tributárias do Brasil lavraram quatro autos de infração para cobrança de Imposto de Renda e CSLL, com base no Artigo 74 da Medida Provisória, referentes ao período de 1996 a 2008, no valor total de 26,7 bilhões de reais.

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De acordo com uma fonte da Fazenda ouvida pela Reuters, contudo, ainda não houve decisão definitiva sobre os processos.

Em meados do ano passado a Vale elevou de 9,6 bilhões de reais para 40,7 bilhões de reais a estimativa total de perdas “possíveis” em vários processos judiciais e administrativos, segundo a corretora Planner assinala em relatório divulgado na quinta-feira.

Analistas de bancos como o Bank of America/Merril Lynch e o Deutsche Bank cogitam desembolsos bilionários por parte da Vale em processos que envolvem a cobrança de impostos pelo governo, mas ambos destacam em relatórios também divulgados na quinta-feira que o pagamento de supostos passivos deve ocorrer no longo prazo e devem ser parciais.

De acordo com Marcos Assumpção, do Itaú BBA, uma disputa entre Vale e Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) sobre royalties que pode envolver mais de 5 bilhões de reais deve ser resolvida bem antes das pendências com a Fazenda.

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