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Uso da capacidade instalada da indústria registra queda em abril

Indicador divulgado pela CNI atinge menor patamar desde fevereiro de 2010

Por Da Redação
7 jun 2011, 15h33

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria caiu pelo segundo mês consecutivo e chegou a 82% em abril, ante os 82,4% de março, com ajuste, conforme os Indicadores Industriais divulgados nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A UCI atingiu o menor patamar desde fevereiro de 2010. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a queda da UCI em abril foi de 1 ponto percentual.

Já o faturamento real – descontada a inflação – da indústria cresceu 4,3% em abril ante março. Na comparação com abril do ano passado, a expansão foi de 4,9%. As horas trabalhadas também aumentaram em abril, em 1,5%, em relação a março, mas o ritmo ainda não é suficiente para recuperar o recuo de 2,2% do mês anterior. Em relação a abril de 2010, o aumento do indicador foi de 0,7% no quarto mês deste ano.

O emprego na indústria voltou a ficar relativamente estável, com ligeira redução de 0,1% em abril ante março. Na comparação com abril do ano passado, o indicador registrou alta de 2,8%. A massa salarial real desacelerou sua expansão, na comparação com meses de 2010. Em março deste ano, comparado com março de 2010, o crescimento era de 7,1%. Já na comparação de abril deste ano com o mesmo mês do ano passado o avanço foi menor, de 4,3%. O rendimento médio real do trabalhador cresceu apenas 1,5% em abril, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Crescimento baixo – As medidas macroprudenciais adotadas pelo governo desde o fim do ano passado e o ciclo de alta dos juros básicos para conter a demanda e a inflação têm impactado o ritmo de crescimento da indústria em 2011. Apesar de positivo, o crescimento deve ser bastante inferior ao registrado no ano passado. A avaliação foi feita nesta terça-feira pelo gerente-executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, que também citou o câmbio valorizado e dificuldades persistentes nas economias americana e europeia como limitadores da expansão da indústria brasileira.

“Os indicadores de janeiro a abril deste ano, na comparação com o mesmo período de 2010, mostram que a indústria vai crescer em 2011, mas a um ritmo menor do que tivemos no ano passado”, afirmou Castelo Branco. Segundo ele, embora o faturamento continue em alta, a indústria tem reagido ao cenário de menor demanda com redução do uso da capacidade instalada e nas horas trabalhadas nas fábricas, além da interrupção do aumento no emprego. Para o economista, os dados também indicam que as medidas governamentais também acarretaram a formação de estoques indesejados na indústria, o que também estaria por trás da redução na produção. “Após forte ajuste de estoques no começo do ano, as encomendas do varejo vieram simultaneamente com a ação do governo, levando os novos estoques para patamares acima do desejado pelos empresários”, acrescentou.

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Inflação – Mesmo com as medidas adotadas pela equipe econômica já surtindo efeito no ritmo da atividade industrial e com a desaceleração no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, divulgado nesta terça-feira, o economista não espera uma reversão na política monetária, por enquanto. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta terça e quarta-feiras para deliberar sobre a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 12% ao ano. “O cenário de inflação que dominou preocupações no início do ano já reagiu às medidas monetárias tomadas pelo governo, mas ainda é preocupante em 12 meses, acima do teto da meta”, afirmou Castelo Branco. “A maior pressão inflacionária em alimentos e combustíveis já parece ter sido vencida, mas resta aí a inércia em alguns segmentos, como serviços”, completou.

Segundo ele, a conjuntura atual já poderia levar a uma interrupção no ciclo de alta dos juros, mas o Copom não deve reduzir a Selic no curto prazo. “O Banco Central olha para um prazo mais longo, portanto a expectativa não é de reversão da política monetária”, concluiu.

(com Agência Estado)

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