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União Europeia detalha retaliação à sobretaxa do aço nos EUA

A ação inclui tarifas sobre produtos estratégicos, adoção de medidas de salvaguarda e uma demanda frente à OMC

Por AFP
Atualizado em 7 mar 2018, 17h43 - Publicado em 7 mar 2018, 17h24

 

A União Europeia apresentou nesta quarta-feira um plano detalhado de medidas em resposta ao anúncio do presidente americano, Donald Trump, de sobretaxar a importação de aço e alumínio. Os europeus exportam cerca de 5 bilhões de euros de aço e 1 bilhão de alumínio ao ano para os Estados Unidos. As medidas americanas poderiam gerar um prejuízo de 2,8 bilhões de euros, segundo a Comissão Europeia.

O plano de retaliação inclui tarifas sobre produtos estratégicos, adoção de medidas de salvaguarda e uma demanda junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).

 

Segundo a comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmströ, a lista de itens importados dos Estados Unidos que serão sobretaxados ainda é provisória, e inclui produtos siderúrgicos, industriais e agrícolas, como alguns tipos de uísque bourbon, artigos como manteiga de amendoim, cranberries e suco de laranja.

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Outros produtos que estão sujeitos a taxas extra são calças jeans, alguns tipos de aço, maquiagens, motocicletas, iates, pilhas, baterias, arroz, milho e cigarros.

O objetivo dessas medidas de “reequilíbrio”, adotadas com base em normas da OMC, segundo o bloco, é ampliar o impacto político nos Estados Unidos, mirando em produtos americanos específicos fabricados em territórios mais favoráveis ao presidente Donald Trump e minimizando seus efeitos para os consumidores europeus.

Na semana passada, Trump anunciou sua intenção de impor tarifas de 25% às importações de aço e de 10% às de alumínio, sem dar mais detalhes sobre os países afetados. O anúncio gerou críticas de diversos países por estimular o protencionismo em vez do livre comércio mundial.

Guerra comercial

Apesar dos protestos, a Casa Branca reafirmou nesta quarta-feira a intenção de dar sequência ao plano. “Ainda estamos no ritmo para fazer um anúncio sobre isso até o fim desta semana”, disse Sarah Sanders, porta-voz da Presidência americana.O presidente disse na sexta-feira que o país perde vários bilhões de dólares com acordos comerciais, e que, nesse caso, guerras comerciais são “boas” e “fáceis de ganhar”.

Para representantes do bloco europeu, o efeito é o inverso. “As guerras comerciais são ruins e fáceis de perder”, destacou hoje o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que ainda pediu aos “políticos dos dois lados do Atlântico” para “agir com responsabilidade”.

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Diante da escalada das tensões, o secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, justificou nesta quarta-feira a adoção das tarifas alegando que o país quer aumentar a produção de aço, mas que eles não estão buscando uma guerra comercial. “O presidente não teria exteriorizado sua vontade de ser flexível com Canadá e México se só buscasse medidas extremas”, disse Ross.

Já o secretário de Tesouro, Steven Mnuchin, disse à Fox Business que as tarifas de aço e alumínio deveriam ser aplicadas “muito rapidamente”. Sobre a forte reação da União Europeia, Mnuchin quase comentou que é tarefa do governo “estar do lado das empresas e dos trabalhadores americanos”. “É por isso que devemos fazer tudo de forma prudente e que seja benéfica para a nossa economia”, acrescentou.

Questionado na terça sobre as medidas de represália da UE, Trum disse que os europeus”podem fazer o que quiserem, mas, se fizerem, imporemos uma grande taxa de 25% sobre seus carros e, acreditem em mim, eles não continuarão fazendo isso por muito tempo.

Salvaguarda

Além de dificultar o acesso da indústria siderúrgica europeia ao mercado americano, as tarifas de Trump poderiam desviar para a Europa a produção de outros países, que já não encontrariam benefícios nos Estados Unidos. Por isso, a UE também prevê medidas de salvaguarda.

Elas demorariam várias semanas para entrar em vigor, bem como as tarifas sobre os produtos da lista. As medidas limitariam temporariamente às importações de aço e alumínio da Europa para proteger seus setores de concorrentes estrangeiros, como autoriza a OMC.

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Por fim, Bruxelas poderia apresentar um processo no organismo, talvez junto dos demais países afetados, um procedimento que pode durar dois anos.

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