Uma situação constrangedora
Presidente Lula queima plano de Haddad de equilibrar as contas públicas

O ministro da Fazenda sabe, o presidente Lula sabe e o mercado também sabe. A tão sonhada meta de déficit zero não deve ser cumprida. Os números tem mostrado isso. Mas Lula escrachou a realidade e expôs o ministro que mais tem conquistado resultados costurando pautas econômicas com o Congresso.
Na última semana, Lula disse que o objetivo de zerar o rombo das contas públicas no ano que vem dificilmente seria cumprido. A situação virou uma pedra no sapato de Haddad, que se viu desautorizado pela fala pública do presidente.
Além disso, a afirmação do mandatário impactou o mercado com queda na bolsa e aumento do dólar. Lula perdeu a oportunidade de sair à francesa da coletiva de imprensa concedida na última sexta-feira, e deixar a questão pra quem estava, pelo menos tentando, equalizar receita e despesa.
Parece que Lula cansou do jogo de cena. Ainda mais sabendo que segurar gastos em ano eleitoral seria um tiro no pé para o PT. E disparou: “A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo um corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse país”.
Coube à Haddad a saia justa.
A reunião marcada três dias depois da fala do presidente não serviu nem para bolar uma desculpa. Haddad teve que explicar o inexplicável. Nem ele mais quis se comprometer com a meta.