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UE multiplica esforços contra crise em 2011, mas não obtém sucesso

Por Da Redação
15 dez 2011, 16h14

María Ruiz.

Bruxelas, 15 dez (EFE).- A União Europeia (UE) multiplicou este ano seus esforços contra a crise do euro, com a realização de dez cúpulas, que entretanto não permitiram encontrar a solução à crise da dívida soberana na zona do euro e recuperar a confiança dos mercados.

A última tentativa para salvar o euro aconteceu na semana passada, quando todos os parceiros europeus com exceção do Reino Unido estiveram de acordo para alcançar um pacto fiscal que garanta o equilíbrio orçamentário e limite o déficit estrutural anual a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), embora a maneira exata de transformar o compromisso em lei ainda precise ser determinado.

Desde o início do ano foi destacada a necessidade de reforçar e flexibilizar o fundo de resgate europeu perante o risco de contágio da crise grega a países como Portugal, Itália e Espanha.

Em março, foi assinado o ‘Pacto pelo Euro’ para aumentar a competitividade da região e vigiar questões como os custos salariais, um acordo impulsionado pela Alemanha como condição para aceitar uma reforma no fundo. O país é o principal contribuinte e seu eleitorado manifesta grandes reservas.

As piores profecias se fizeram realidade em abril, quando Portugal se tornou no terceiro país europeu, depois da Grécia e da Irlanda, a solicitar assistência financeira por causa da alta dos juros de sua dívida e o corte na solvência do Estado.

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Com a chegada do verão europeu, as provas de resistência aos bancos e a cúpula de 21 de julho na qual foi acordado um segundo resgate à Grécia por 160 bilhões de euros, incluindo uma participação do setor privado de quase um terço, prometiam um momento de tranquilidade, que se mostrou longe de ser real.

A pressão dos mercados sobre a Espanha e a Itália aumentou e se traduziu em prêmios de risco mais altos a cada dia, o que dificultou seriamente o financiamento destes países nos mercados e motivou a compra de dívida por parte do Banco Central Europeu.

A Espanha se comprometeu a modificar sua Constituição para limitar o déficit público e garantir a estabilidade orçamentária, enquanto a Grécia deu um passo atrás no cumprimento de seu programa de ajuste e reformas estruturais, o que obrigou a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) a atrasar vários meses a aprovação do sexto lance de ajuda ao país, de 8 bilhões de euros.

A solução para todos os problemas parecia que ia se concretizar na maratona de duas cúpulas realizadas de 23 a 26 de outubro, quando os líderes europeus acordaram pactuar o perdão de 50% da dívida grega, dotar o fundo de resgate com 1 trilhão de euros, e recapitalizar os bancos.

Os mercados reagiram com entusiasmo ao novo pacote de medidas, mas a felicidade durou apenas 48 horas, até que o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, anunciou sua intenção de realizar um plebiscito para certificar que seus eleitores entendiam os cortes, mas Papandreou finalmente ficou sem plebiscito e sem cargo.

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O Conselho Europeu dos dias 8 e 9 de dezembro, além de exigir a introdução da regra de ouro nas constituições nacionais, também acordou antecipar a julho de 2012 o fundo de resgate permanente e combiná-lo com o fundo de resgate temporário (FEEF) durante um ano, assim como transferir 200 bilhões de euros ao FMI para que possa ajudar países em apuros.

Embora as medidas fossem em geral bem amparadas, ainda não está claro se vão ser suficientes para acabar com a crise. ‘O novo pacto fiscal não era necessário em substância, mas sim como símbolo para a Alemanha’, opinou Marco Incerti, analista do Centro de Estudos Políticos Europeus (CEPS, com sede em Bruxelas), em conversa com a Agência Efe.

De acordo com Incerti, há a necessidade de convencer o eleitorado alemão de que não serão concedidas mais ajudas se os países não se comprometerem a conter as despesas, assim como convencer o Banco Central Europeu (BCE) para que continue comprando dívida soberana. EFE

mrn/dsm

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