UE anuncia novas negociações com Irã sobre programa nuclear

Bruxelas, 6 mar (EFE).- A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, aceitou nesta terça-feira a oferta do Irã para retomar as negociações sobre o programa nuclear do país em nome dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha.
‘Esperamos que o Irã entre agora em processo contínuo de diálogo construtivo e que ofereça progressos reais na resolução das preocupações da comunidade internacional sobre seu programa nuclear’, afirmou Ashton em comunicado.
A data e o local da próxima rodada de negociação ainda deverão ser determinados, acrescentou.
Ashton, que atua em nome do chamado Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha), respondeu nesta terça-feira à carta enviada em 14 de fevereiro pelo chefe negociador iraniano, Saeed Jalili, na qual seu país se mostrava disposto a retomar o diálogo, tal e como a comunidade internacional havia proposto meses antes.
‘Dou as boas-vindas a sugestão de retomar o diálogo e a disposição de abordar as preocupações da comunidade internacional sobre o programa nuclear’, explica em sua carta a Alta Representante da União Europeia (UE).
Nela, transmite a Jalili o desejo do Grupo 5+1 de discutir o dossiê atômico ‘passo por passo’, em busca de ações concretas que permitam às duas partes a recuperar a confiança mútua.
‘Os passos para construir a confiança deveriam ser os primeiros elementos de um enfoque progressivo que, eventualmente, poderia levar a um acordo completo entre nós’, explica Ashton.
Como lembra, o objetivo continua sendo uma ‘solução negociada de longo prazo que devolva a confiança internacional na natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear iraniano’.
Tudo indica que Istambul será o local escolhido, como avançou em fevereiro o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi.
A cidade turca já foi palco da última rodada de diálogo entre as partes, em janeiro do ano passado, uma reunião que acabou sem acordo.
Desde então, a União Europeia e os Estados Unidos endureceram as sanções contra Teerã, especialmente com a aprovação recentemente de um embargo europeu às importações de petróleo, uma das principais fontes de receita do regime. EFE