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Três morrem em explosão em navio-plataforma da Petrobras no ES

Há ainda 10 trabalhadores feridos e 6 desaparecidos, segundo a ANP; havia 74 pessoas embarcadas na plataforma

Por Luís Lima e Naiara Infante Bertão
11 fev 2015, 14h52

Um vazamento de gás causou uma explosão na casa de bombas do navio-plataforma da Petrobras FPSO Cidade de São Mateus e deixou pelo menos 3 trabalhadores mortos e dez feridos no litoral do Espírito Santo nesta quarta-feira, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

​A ANP informou que está mandando duas equipes para acompanhar a investigação do acidente. Uma deve ir para a sala de crise da Petrobras, no Rio de Janeiro, e a outra embarcará no navio-plataforma. Ainda segundo a agência, não houve derramamento de óleo, o fogo já foi apagado e a plataforma está estabilizada. Há ainda 31 pessoas a bordo e seis delas estão desaparecidas.

Segundo o secretário de Finanças do Sindicado dos Petroleiros do Espírito Santo, Davidson Lomba, o acidente atingiu funcionários terceirizados pela estatal e ocorreu por volta de 12h50 na região litorânea de Aracruz, no norte do Estado. “É um acidente trágico. Não havia acontecido um acidente nessa plataforma antes e o sindicato vai apurar as causas reais”, disse Lomba ao site de VEJA.

A ANP confirmou que 33 funcionários foram deslocados para uma baleeira, uma espécie de embarcação de fuga, e foram transportados para Vitória, sem ferimento algum. A plataforma está incomunicável.

Explosão navio-plataforma da Petrobras Cidade de São Mateus (ES)
Explosão navio-plataforma da Petrobras Cidade de São Mateus (ES) (VEJA)
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O navio-plataforma pertence à BW Offshore, é afretado no campo de Camarupim e pode produzir 25 mil barris de óleo e comprimir até 6 milhões de metros cúbicos de de gás por dia. A produção, contudo, estava em 2,250 milhões de metros cúbicos de gás/por dia e 350 metros cúbicos de óleo/por dia. A produção de gás era escoada por meio de um duto para a terra. O navio foi construído em 1989 pela Keppel Fels, uma das empresas citadas na Operação Lava Jato, e é considerado um dos maiores navios-plataforma de gás do mundo.

Ambulâncias do Samu estacionadas no aeroporto de Vitória (ES) para resgatar os feridos da explosão no navio-plataforma da Petrobras
Ambulâncias do Samu estacionadas no aeroporto de Vitória (ES) para resgatar os feridos da explosão no navio-plataforma da Petrobras (VEJA)
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Trata-se do segundo acidente da petroleira este ano. Uma explosão no último dia 19, na Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, deixou três trabalhadores feridos, um deles com queimaduras em 70% do corpo. O acidente aconteceu na Unidade Geradora de Hidrogênio, durante um serviço de manutenção na unidade.

As vítimas estão sendo encaminhadas para o hospital Vitória Apart Hospital, local de referência em tratamento de queimados. Militares do Batalhão de Trânsito estão ajudando no deslocamento das ambulâncias até os hospitais. A Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo informou, em nota, que dez vítimas tinham chegado a Vitória. Duas sofreram queimaduras graves e oito foram vítimas de trauma.

Terceirizados – Um especialista que trabalhou na área de gestão de risco da Petrobras, mas que preferiu não ter seu nome revelado, afirmou que o fato de se tratar de uma plataforma terceirizada não implica em maior risco para os funcionários embarcados. “Não importa se é fretada ou própria. Se está no mar, a plataforma segue rígidos padrões de segurança internacionais, ditados por órgãos internacionais de certificação. Esses órgãos acompanham desde o projeto, a planta, até a obra finalizada. São inúmeros padrões e todos seguem rigidamente, alguns até exageram; o medo de um acidente é muito grande”, afirmou a fonte.

Cerca de 90% dos acidentes em plataformas de petróleo no mundo provém de erros operacionais, humanos, e não de padrões de segurança. Segundo a fonte, a grande diferença entre plataformas próprias e terceirizadas é a produção, maior ou menor. “Nem sempre compensa para uma grande empresa, como a Petrobras, construir tantas plataformas. Por isso a necessidade de alugá-las. Mas, independentemente do modelo de contratação, há uma fiscalização periódica onde são revistos todos os procedimentos da operação e também do casco, para conferir se não há corrosão e vazamentos”, afirma.

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