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Tensões entre EUA e Irã preocupam produtores de milho no Brasil

País foi o maior comprador do grão em 2018; segundo associação do setor, caso haja sanções financeiras ao país persa, comércio pode ser afetado

Por Larissa Quintino Atualizado em 8 jan 2020, 12h19 - Publicado em 8 jan 2020, 12h14

A escalada na tensão entre Estados Unidos e Irã acendeu alerta dos produtores de milho brasileiro, que temem que as exportações do grão sejam prejudicadas. O país persa é um dos maiores compradores desse produto brasileiro. “É uma situação que nos preocupa bastante porque é um grande mercado”, disse o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Economia, entre janeiro e novembro de 2019 o país persa comprou 5,108 milhões de toneladas, atrás apenas do Japão (5,515 milhões de toneladas). Em 2018, o país foi o maior importador de milho produzido por aqui, com 6,379 milhões de toneladas.

Segundo Mendes, embora o comércio de alimentos esteja livre de sanções, se houver restrições a transações bancárias de câmbio da moeda iraniana para o dólar, exportadores brasileiros podem ter problemas em receber o pagamento referente aos embarques de milho, pois segundo ele é necessário o envolvimento de bancos americanos nesse tipo de transação.

Caso o Brasil tenha de fato mais dificuldade em exportar para o Irã, parte do milho brasileiro poderá ser redirecionada a outros destinos no exterior ou ficar no mercado interno. “O que preocupa é o milho. Na medida que milho alterna com a soja (no sistema de exportação brasileiro), e o Irã é um destino tão importante, não teria o que fazer com esse milho”, avaliou.

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Segundo Mendes, isso aconteceu em 2012, quando o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, baixou sanções proibindo transações de bancos americanos no Irã. “Foi um tombo terrível para o nosso mercado”, disse. De acordo com o dirigente, sanções econômicas internacionais preocupam mais do que  posicionamento diplomático do Brasil, que é de apoio aos Estados Unidos. “O Ministério da Agricultura tem uma relação muito boa com os nossos compradores e dificilmente eles deixariam de consumir milho por isso. A consulta ao embaixador é algo normal. Agora, se houver problema com as transações em dólar, vai nos complicar.”

O aumento da tensão entre Estados Unidos e Irã se intensificou após um ataque aéreo autorizado pelo presidente americano, Donald Trump, matar o líder militar iraniano Qasem Soleimani. Autoridades iranianas prometeram vingança aos Estados Unidos e na terça-feira, atacaram bases usadas por soldados americanos no Iraque.

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