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Temos elementos para acordo sobre Grécia, diz Baroin

Por Da Redação
20 fev 2012, 10h00

Por Clarissa Mangueira

Bruxelas – O ministro das Finanças da França, François Baroin, disse hoje que há “todos os elementos (necessários) para um acordo” sobre o segundo pacote de resgate para a Grécia. Em entrevista à rádio Europe 1, Baroin insistiu que um acordo sobre a segunda etapa do pacote de resgate da Grécia “não pode mais esperar”, visto que o país precisa cumprir prazos de reembolsos de empréstimos em março.

Após meses de discussões e dores de cabeça, a zona euro deverá finalmente avançar com um novo acordo de resgate para a Grécia hoje, que vai ajudar o país a evitar, pelo menos por enquanto, a ameaça de um default potencialmente catastrófico. Os ministros das Finanças da zona do euro se reunirão em Bruxelas, por volta das 12h (de Brasília), com a finalidade de fechar um acordo no valor de � 130 bilhões que reduzirá a carga da dívida da Grécia e permitirá que o país permaneça na zona do euro, embora sob um grau de controle externo e fiscalização nunca presenciados na Europa nos tempos modernos.

A ministra das Finanças da Áustria, Maria Fekter, afirmou, no entanto, à televisão estatal no domingo que ela não via uma maioria para qualquer curso de ação.

Uma crucial barreira ainda precisa ser removida para que o acordo seja alcançado: A forte contração econômica da Grécia nos últimos dois anos que deixou o país, mais do que nunca, incapaz de pagar suas dívidas. A análise da troica de sustentabilidade vê a dívida da Grécia ainda em 129% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, mesmo depois de um desconto de � 100 bilhões na dívida detida pelos investidores privados.

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O número está acima da taxa de 120% vista no primeiro rascunho do plano de resgate, bem acima do que muitos economistas consideram ser sustentável no longo prazo. O novo plano baseia-se no pressuposto de que a economia da Grécia crescerá fortemente a partir de 2014, à medida que as reformas delineadas no plano de resgate restaurarem a competitividade do país.

O FMI contribuiu com aproximadamente um terço dos fundos do socorro da Grécia até agora, mas alertou que não fornecerá mais dinheiro, a menos que o país assegure que sua dívida é sustentável.

Consequentemente, as negociações de hoje deverão centrar foco sobre como obter um perdão maior dos credores oficiais da Grécia. Autoridades afirmam que um grupo de trabalho já concordou no fim de semana em cortar a taxa de juros de dezenas de bilhões em euro em empréstimos do primeiro pacote de socorro concedido à Grécia.

Mas o FMI estima que o acordo só cortará 1,5 ponto porcentual da relação dívida-PIB até 2020. Para cobrir o resto da diferença, os governos tanto do FMI quanto da zona do euro querem alguma contribuição do Eurosystem, que reúne o Banco Central Europeu (BCE)e os bancos centrais nacionais, que detém entre � 55 bilhões e � 60 bilhões em dívida grega.

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O Eurosystem recusou-se a aceitar qualquer perda sobre os bônus da Grécia que possui, dizendo que isso seria o equivalente a financiar déficits orçamentários por meio da impressão de dinheiro. Ao invés disso, o grupo se ofereceu para repassar os bancos centrais nacionais todos os lucros que obter com os bônus. Esse lucro poderia, então, ser transferidos para os governos, que poderiam posteriormente tomar as decisões políticas necessárias sobre a concessão de perdão da dívida.

As partes parecem ter resolvido em grande parte o que ameaçava serm outro obstáculo: duas demandas alemãs destinadas a garantir que a Grécia implemente em casa o que promete em Bruxelas.

Autoridades da zona do euro dizem que as autoridades da Grécia aceitaram que a ajuda no futuro só vai ser lançada em uma conta bloqueada, impedindo seu acesso ao dinheiro, a menos que o país mantenha os juros e obrigações de pagamento.

Sob a segunda demanda, a Troica, que reúne representantes do Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE), ganharia alguma forma de representação e participação permanente no governo grego. A Grécia argumentou que isso é uma perda injustificável de soberania. Embora pareça pronto a aceitar alguma forma de supervisão mais rigorosa, o país ainda está relutante sobre a noção de representação permanente, disseram as autoridades da zona do euro.

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Os ministros podem também discutir na reunião ideias para aumentar a capacidade das proteções da região além do limite de � 500 bilhões, mas nenhuma decisão deverá ser alcançada sobre o assunto, qual a Alemanha ainda resiste. Os ministros serão acompanhados por seus colegas da União Europeia de países que não fazem parte da zona do euro para um segundo dia de conversações, amanhã, e devem centrar foco em novas propostas para reforçar as regras de governança econômica e se preparar para uma reunião de autoridades financeiras do G-20 no próximo fim de semana. As informações são da Dow Jones.

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