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Temer diz que vai telefonar para Trump para falar de aço

Presidente afirmou que uma siderúrgica americana terá de demitir se não receber o aço semi-acabado produzido no Brasil

Por Fabiana Futema 14 mar 2018, 18h45

O presidente da República, Michel Temer, disse nesta quarta-feira, 14, que vai ligar para o presidente norte-americano, Donald Trump, para discutir a sobretaxação das importações de aço e alumínio nos Estados Unidos, medida que atinge em cheio a indústria siderúrgica brasileira. Temer afirmou que a taxação do aço nos Estados Unidos é motivo de grande preocupação, mas que precisa ser tratada com “muito cuidado”, dado que os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil.

Ao participar da edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial em São Paulo, Temer assinalou que vai investir no diálogo, mas confirmou que, se não houver uma solução amigável, vai entrar com outros países prejudicados pela barreira com uma representação contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC).

“A conjugação dos países dará mais força à representação”, declarou Temer ao participar da sessão plenária do Fórum.

Ao lembrar que o Brasil está se movimento em direção à abertura comercial, com a “condução final” de um acordo do Mercosul com a União Europeia e o Canadá, Temer frisou que seu governo é contra ‘todo e qualquer protecionismo”. “Queremos abertura plena dos mercados estrangeiros em relação ao Brasil.”

Ele disse que o governo brasileiro tem trabalhado com empresas norte-americanas que importam placas de aço do Brasil para que elas “trabalhem” com o Congresso dos Estados Unidos no sentido de reverter a barreira.

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Temer citou que, sem o fornecimento de aço semi-acabado produzido no Brasil – que é transformado em lâminas e chapas nos Estados Unidos -, uma das siderúrgicas norte-americanas terá que demitir milhares de empregados.

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse que o Brasil aposta primeiro no diálogo com os Estados Unidos, chamado por ele de “país amigo”. A intenção, afirmou o chanceler, é mostrar o impacto negativo que a barreira pode ter para os norte-americanos, dado que as usinas siderúrgicas de lá dependem dos insumos fornecidos pelo Brasil. “Trabalhadores americanos sentirão impacto se essa medida não for bem calibrada”, declarou Aloysio.

Por outro lado, as siderúrgicas do Brasil, conforme lembrou o ministro, importam cerca de 1 bilhão de reais em carvão siderúrgico dos Estados Unidos. “Essas coisas têm que ser levadas em consideração nesse diálogo”, assinalou o chanceler.

Oportunidade

O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, chamou de oportunidade a medida dos EUA de elevar as taxas de importação do aço e alumínio. O executivo disse que há pouco efeito para a indústria siderúrgica nacional, visto que o aço exportado aos Estados Unidos pode ser redirecionado ao mercado interno, cuja demanda crescerá neste ano, que possui margens melhores.

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Segundo ele, o país só será penalizado caso não se posicione e acabe sendo destino de aço importado, principalmente do vindo na China. “A questão do aço e alumínio é um ponto. Houve uma mudança do eixo comercial do mundo. Temos que ser parte disso”, afirmou.

Steinbruch reconheceu que o ano eleitoral pode afetar, mas disse que o Brasil não pode perder o momento para tomar qualquer tipo de medida. “Não consigo ver um país no médio longo prazo sem uma indústria intensiva de capital”, disse.

Ele cobrou o governo brasileiro a tomar medidas para proteger o mercado brasileiro de um eventual fluxo de entrada de produtos chineses – não só o aço – ao país.

“O que está sendo discutido neste momento é emprego e renda. Essa questão, por parte do governo, tem que ser imediata. Eu duvido que o governo não faça nada. Levantaram a bola para o governo, em um ano de eleição”, disse.

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