Telefônica vai cortar 1.500 dos 20 mil funcionários no Brasil
Empresa faz plano de demissão voluntária para dispensar 7,5% dos empregados; a partir desta quinta, marca Telefônica será substituída pela Vivo
Como parte do processo de integração com a Vivo, a Telefônica anunciou nesta sexta-feira um plano de demissão voluntária para 1.500 dos 20 mil funcionários. A partir da próxima quinta-feira, os serviços da empresa, como telefonia fixa, banda larga e TV paga, passarão a adotar a marca Vivo. Em 28 de julho de 2010, o grupo espanhol comprou por 7,5 bilhões de euros os 50% de participação da Portugal Telecom na holding Brasilcel, que controla a maior operadora de celular brasileira. A transação, autorizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em setembro daquele ano, permitiu à Telefônica integrar suas operações com a Vivo.
Cristiane do Nascimento, diretora do Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações (Sintetel), que participou das negociações com a Telefônica, disse que a empresa planejava cortar um número ainda maior de funcionários. “Foi cogitado um corte de 2 mil pessoas”. A Telefônica não comentou a decisão.
Apesar de a redução ser equivalente a 7,5% do total de funcionários, a diretora considerou que o plano de demissão voluntária, com o pacote de benefícios oferecidos pela companhia, foi um bom resultado. “Muitos aposentados e pré-aposentados têm a intenção de sair”, disse. “O mercado está aquecido, principalmente nas áreas técnicas. Algumas pessoas podem sair por terem uma oportunidade melhor”.
Benefícios – A Telefônica está oferecendo a quem aderir à demissão voluntária meio salário-base por ano trabalhado; indenização mínima de um salário e máxima de dez salários, independentemente do tempo do contrato de trabalho; seis meses de plano de saúde; serviço de apoio à transição de carreira; doação do celular funcional; e o não desconto do vale refeição ou alimentação no mês de desligamento.
Os interessados têm até a próxima quarta-feira para aderir ao plano. Ainda não está definido o que será feito se a adesão não alcançar os 1.500 postos que são a meta da Telefônica. “Se não acontecer, vamos ter de negociar e decidir depois”, disse Cristiane.
A Telefônica vai analisar individualmente cada adesão e pode decidir que não interessa a ela demitir o funcionário. “Se todo um setor resolver aderir, a Telefônica pode decidir manter alguns funcionários, para que o setor continue funcionando”, disse a diretora do Sintetel.
(com Agência Estado)