Taxistas europeus protestam contra aplicativo de carona
Motoristas atrapalharam o trânsito em Madri, Londres, Milão e outras cidades
Uma manifestação de taxistas contra um aplicativo para celulares parou o trânsito em grandes cidades europeias, como Paris, Londres, Madri e Milão. Os motoristas protestam contra o Uber, um serviço que permite a passageiros pedir ‘carona’ pelo celular — e pagar por isso.
Madri amanheceu sem táxis. Paris registrou cerca de 300 quilômetros de engarrafamento, mais que o dobro do habitual depois de grupos de táxis percorrerem em baixa velocidade os trajetos entre os aeroportos de Charles de Gaulle e Orly em direção ao centro da cidade. Em Londres, a expectativa é de que 12.000 motoristas participem da mobilização, marcada para as proximidades da Praça Trafalgar e do parlamento de Westminster. Em Milão, 5.000 táxis pararam. Os italianos estão prestando serviços apenas para idosos, doentes ou deficientes. Segundo associações do setor, a adesão ao protesto na capital espanhola era de 100% no início desta quarta-feira.
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Em comunicado divulgado nesta quarta-feira a empresa responsável pelo Uber se defendeu. Afirmou que o aplicativo não é inimigo dos taxistas, mas um serviço “que coloca em contato usuários que buscam fórmulas de consumo colaborativo e uma maneira mais econômica de se deslocar”. A companhia considerou as mobilizações desmedidas e disse que os taxistas só pretendem ‘fechar as portas para novas alternativas ao consumidor’.
Carona 2.0 – Os primeiros aplicativos de carona – chamados de ride-matching, em inglês – foram desenvolvidos no Vale do Silício, nos Estados Unidos. As dificuldades de moradores em encontrar táxis em São Francisco fez com que programadores criassem soluções para colocar em contato proprietários de veículos e pedestres que iam na mesma direção. O Uber é o aplicativo pioneiro nesse segmento (confira outros serviços na lista abaixo). O motorista interessado se cadastra no serviço e, do outro lado, os interessados na carona usam o sistema de geolocalização do programa para encontrar o carro mais próximo.
Contudo, a “carona” não sai de graça: os caronistas remuneram os motoristas de acordo com tarifas pré-estabelecidas e o dono do app fica com uma comissão.
(com agência EFE)