Por Huw Jones
LONDRES, 31 Jan (Reuters) – Taxar operações ultra rápidas, como a França prometeu fazer nesta semana, encorajaria a saída de negócios para outros lugares e não deixaria os mercados mais estáveis, disse a Grã-Bretanha nesta terça-feira.
O ministro de serviços financeiros do Reino Unido, Mark Hoban, afirmou que o governo britânico ainda vetaria qualquer taxa sobre transações financeiras com abrangência em toda a União Europeia, apelidada de taxa Tobin, que atingiria Londres com mais força, uma vez que o país é o centro de operações financeiras do bloco.
“Em um momento em que a União Europeia precisa de mais crescimento e de mais empregos, isso seria uma coisa muito insensata a se fazer”, afirmou Hoban a deputados da Câmara Alta do Parlamento britânico.
“A única forma de ter um imposto sobre transações financeiras que funcionasse seria introduzi-la globalmente”, disse Hoban.
Esperanças por um acordo global esmaeceram com a oposição do Canadá, Estados Unidos e em outros lugares.
A União Europeia propôs um imposto sobre transações com ações, títulos e derivativos a partir de 2014 para levantar 57 bilhões de euros por ano, com grande parte desse montante oriunda da Inglaterra. É necessário unanimidade entre os 27 países-membros, mas, assim como a Inglaterra, a República Tcheca e a Suécia também se opõem.
Isso tem levado países da zona do euro a pensarem em implementar o imposto sozinhos, mas Hoban duvida que isso possa acontecer.
Países da zona do euro como Irlanda e Luxemburgo possuem grandes centros de gerenciamento de fundos e seriam atingidos com os negócios indo para outros lugares, disse Hoban. A Suécia tentou e falhou em implementar uma taxa Tobin duas décadas atrás.
“Há lições para aprender da experiência sueca de introduzir um FTT [imposto sobre transações financeiras, na sigla em inglês] nos anos 1980, que causou uma forte queda dos mercados financeiros suecos”, disse separadamente nesta terça-feira Sarah Lane, sócia de serviços financeiros na KPMG.
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