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Taxa Selic não cai neste ano, dizem economistas

Por Da Redação
27 ago 2011, 08h30

São Paulo – A economia brasileira ainda enfrenta riscos inflacionários neste semestre e a desaceleração do ritmo de atividade nos últimos meses não é forte o suficiente para sinalizar o corte da taxa básica de juros, a Selic, até o fim deste ano, avaliam economistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo.

“O corte de juros será o próximo passo do Banco Central (BC), mas não no curto prazo nem neste ano”, afirma a economista-chefe para a América Latina do Royal Bank of Scotland, Zeina Latif. “A essa altura, parece difícil achar argumentos econômicos convincentes para baixar a Selic”, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. Nesta semana cresceram os rumores no governo de que o BC poderá reduzir a Selic, hoje em 12,5% ao ano, no fim deste ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC ocorre terça e quarta-feira da semana que vem.

Na opinião da economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria Integrada, “nada está jogando a favor da queda dos juros no curto prazo”. Entre os fatores apontados por ela, estão a concessão de crédito a pessoas físicas, que em 12 meses até julho cresceu 2,2%, e as vendas no varejo, que aumentaram 7,1% até junho nas mesmas bases de comparação. Em janeiro, as novas concessões de crédito cresciam em 12 meses 11,4% e as vendas no varejo, 8,2%. “Houve desaceleração,mas modesta.”

Alessandra e Zeina ressaltam que o mercado de trabalho continua muito dinâmico. Dados divulgados na quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que, em julho, a taxa de desemprego caiu para 6%, o menor nível para o mês em nove anos. Além disso, o rendimento real dos trabalhadores cresceu 2,2% na comparação com junho. Zeina conta que um estudo feita pela sua equipe de economistas indica que, neste ano, 85% das categorias terão reajustes salariais acima da inflação. “Isso é muito forte e aumenta a resistência inflacionária”, diz ela, lembrando que no primeiro semestre esse indicador foi de 93%.

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“Não vejo espaço para redução dos juros até o fim do ano, a menos que tenha uma ruptura forte lá fora”, observa Thaís Zara, economista-chefe da Rosenberg Associados. Além da demanda aquecida, ela aponta que os riscos inflacionários são altos. Depois da calmaria dos últimos meses, a inflação deve aumentar, impulsionada pelos reajustes salariais, alta do preço do etanol, das carnes bovinas e do cigarro. Só o aumento do IPI sobre cigarros deve pressionar 0,2 ponto porcentual a inflação a partir de novembro.

Alessandra, da Tendências, pondera que os preços das commodities em reais ainda não aliviaram a inflação. É que os preços desses produtos em dólar recuaram, mas o dólar se valorizou em relação ao real. Portanto, um movimento anulou o outro. Zeina acrescenta que, se a China substituir o motor do crescimento das exportações para o consumo doméstico, o país continuará como um grande comprador de commodities, sustentando as cotações em níveis elevados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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