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Suspensão dos EUA precisa ser revertida rápido, diz Maggi

Ministro da Agricultura teme que outros países sigam os americanos e também boicotem o produto exportado do país

Por Da redação
Atualizado em 23 jun 2017, 16h16 - Publicado em 23 jun 2017, 16h06

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, comunicou nesta sexta-feira a intenção de antecipar para a próxima semana uma reunião marcada inicialmente para 3 de julho com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, para discutir a suspensão da importação de carne bovina brasileira.

Na quinta-feira, o secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, anunciou a suspensão de todas as importações de carne bovina “in natura” do Brasil, em função das preocupações quanto à segurança sanitária do produto.

Maggi disse que, caso a situação não seja revertida com rapidez, as cargas já embarcadas para os Estados Unidos voltarão ao país. “É um prejuízo muito grande para as empresas. Temos 10 mil ou 15 mil toneladas de carne navegando rumo aos EUA. O prejuízo é de em torno de US$ 6 mil por tonelada.”

O ministro afirmou que o governo reconhece o problema de qualidade na carne brasileira exportada aos EUA. Segundo ele, o aparecimento de abscessos na carne bovina fresca é proveniente da vacinação contra febre aftosa.

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“O Brasil tem o status de livre de febre aftosa com vacinação”, disse Maggi, em entrevista em Cuiabá (MT). De acordo com o ministro, o Brasil talvez seja o único país nesta situação, de ser livre da aftosa e ainda vacinar o gado. “O mercado é novo para nós e também para eles. Acabamos tendo este problema”, disse.

Maggi afirmou ainda que a questão será resolvida dentro dos frigoríficos brasileiros, por meio de uma nova forma de fazer os cortes da carne a ser enviada.

Ele acrescentou que o ministério já trabalhava na mudança da instrução sobre como o fiscal deve atuar dentro dos frigoríficos. “Já vínhamos conversando com os EUA há mais ou menos um mês. Quero crer que a gente consiga resolver isso com rapidez.”

Os prejuízos para o setor de carne brasileiro podem ser mais amplos, reconheceu o ministro, já que muitos países acompanham os EUA em sua decisões sanitárias. “Os EUA são guia para muitos países, principalmente para pequenos países da América Central”, explicou. “Os países da América Central seguem modelo americano. Se houve autorização para entrar nos EUA, automaticamente você entra neste país também. Se houver proibição, você está proibido também.”

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De acordo com Maggi, faz parte da regra do jogo a proibição de importação de carne nesses casos, mas o Brasil “pode perder muito se isso não for resolvido”. Ele afirmou ainda que, além do problema sanitário, existe uma pressão de produtores americanos para criar uma barreira à carne brasileira. “Somos grandes concorrentes mundiais e estamos vendendo carne para eles”, disse o ministro. “O mercado brasileiro também está aberto aos EUA, mas eles não conseguem vender aqui, porque têm produtos mais caros que os nossos.”

Fiscalização

Após a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, vários países decidiram inspecionar 100% da carne brasileira. É o caso da Comunidade Europeia, onde toda a carne de bovinos, suínos e aves é fiscalizada. “Na Europa, também temos problema de presença de salmonela no frango, o que é praticamente normal. Só há dois tipos de salmonela que não pode mandar para fora. Mas o Brasil está sofrendo com isso”, disse. Atualmente, EUA, Hong Kong e China também estão fazendo a fiscalização de toda carne brasileira.

“O Brasil, depois da Carne Fraca, está sendo punido. Foi gerada uma desconfiança muito grande sobre seus produtos”, lamentou o ministro. “Se nós mesmos aqui ficamos desconfiados, imagine um importador.”

Maggi afirmou ainda que o Brasil age da mesma maneira em relação a produtos estrangeiros. Segundo ele, qualquer “diferença” em relação a produtos alimentícios, a entrada de itens estrangeiros é trancada. “Há poucos dias, trancamos toda entrada de peixes que vêm da China. Isso porque, nas fiscalizações que fizemos, achamos inconformidades”, disse. “Eles não conseguiram explicar pra gente o que estava acontecendo. Essa atitude de não deixar o produto entrar é absolutamente normal dentro do comércio de alimentos, principalmente de produtos animais”, completou.

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(Com Estadão Conteúdo)

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