Suspeita de pirâmide financeira leva à prisão de 230 na China
Segundo as autoridades, a plataforma de investimento em filantropia Shanxinhui enganava os investidores; o fundador da empresa foi preso no dia 21
A polícia chinesa anunciou a detenção de 230 pessoas no sul do país em uma investigação sobre uma fraude em um esquema de pirâmide, supostamente realizada em uma plataforma on-line de investimentos. A investigação envolve 55 empresas e 142 pessoas dos detidos serão objetos de processos penais, segundo anunciou a polícia da província de Guangdong (sul da China).
A polícia informou que exerceu uma “forte pressão” contra a plataforma de investimentos Shanxinhui, ou “intercâmbio filantrópico”, com sede em Guangdong. O sistema lançado em 2013 prometia ganhos de 10% a 30% do valor investido em poucas semanas. Os recursos seriam utilizados em causas sociais, e os investidores também receberiam dinheiro por trazer novos clientes ao serviço.
Cerca de 5 milhões de pessoas teriam aderido ao esquema, segundo estimativa de publicações chinesas como o South China Morning Post.
Na última semana, centenas de pessoas defenderam a plataforma em Pequim. Sessenta e três manifestantes foram detidos por “atentar contra a ordem social” e quatro por “perturbar a ordem pública”.
Suspeita de fraude
Zhang Tianming, fundador da plataforma Shanxinhui, e vários de seus funcionários foram detidos em 21 de julho, sob a suspeita de retirar de maneira fraudulenta “enormes quantias” de suas vítimas sob o pretexto “de ajuda às pessoas necessitadas”.
O site da Shanxinhui não está mais acessível. Uma versão salva da página descreve a plataforma como uma empresa de investimentos que promove causas como o reflorestamento e a luta contra a pobreza.
No momento em que Pequim proíbe drasticamente os fluxos de capitais fora da China e quando o mercado imobiliário do país se encontra em desaceleração, o financiamento on-line e suas promessas de investimentos rentáveis está em pleno auge, o que favorece o desenvolvimento de fraudes do tipo pirâmide.
A polícia investigou 2.826 casos de sistemas de fraudes de pirâmide em 2016, 20% a mais que no ano anterior, segundo o governo.
(Com AFP)