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Superotimismo com a economia foi um erro, diz ex-diretor do FMI

Para Otaviano Canuto, país sente o efeito da crise Argentina e da desaceleração da economia chinesa

Por Victor Irajá Atualizado em 29 ago 2019, 12h57 - Publicado em 29 ago 2019, 12h52

Os resultados da economia brasileira no segundo trimestre, divulgados na manhã desta quinta-feira, 29, pelo IBGE, reforçam a percepção no mercado do ritmo lento do crescimento do país, segundo o ex-diretor executivo do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) Otaviano Canuto. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 0,4% no período em comparação aos três primeiros meses do ano, com destaque para o desempenho da indústria, que avançou 0,7%, segundo o IBGE.

Em entrevista a VEJA, Canuto classificou os resultados estimados no início deste ano para o crescimento da economia brasileira no final de 2019 – de 2,6% segundo o Boletim Focus, do Banco Central – como um “superotimismo dos andares de cima”, referindo-se ao mercado financeiro e empresariado, sem, segundo ele, levar em consideração as percepções das classes mais baixas, que convivem com as altas taxas de desemprego no país.

“A agenda anunciada pelo ministro Paulo Guedes despertou otimismo quanto à política econômica que seria implementada, numa direção correta, e a agenda de reformas veio em um ritmo viável”, afirma. A aprovação da reforma da Previdência, porém, não será suficiente para que o país retome um crescimento econômico robusto, segundo Canuto. “A reforma previdenciária vai ser um processo gradual, de implementação, cujos resultados virão nos próximos anos e não será suficiente para cumprir a meta de gastos”, afirma. “No fundo, o superotimismo do começo do ano não estava correto”, diz o ex-diretor executivo do Banco Mundial.

Apesar do investimento no setor industrial ter resultados mais rápidos do que aportes em infraestrutura, a crise na Argentina e a desaceleração da economia chinesa – dois grandes parceiros comerciais do Brasil – impediram que o país colhesse resultados ainda melhores. “Se o quadro não fosse o de recessão profunda na Argentina, com queda no PIB, a contribuição da nossa industria seria bem maior. Estamos sentindo o efeito dada a importância do mercado argentino e também não se pode negar que a arrecadação poderia ter sido melhor caso o ajuste gradual para baixo da economia da China não estivesse sendo tão intenso”, conclui.

O impacto do setor industrial no crescimento do PIB, de acordo com Canuto, foi influenciado pelos bons resultados financeiros apresentados pelas empresas entre abril e junho. “Se olharmos os números corporativos nesse trimestre, a situação melhorou bastante em relação a anos anteriores”, avalia.

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