Superávit primário cai 26% no acumulado do ano, informa BC
Economia para pagamento de dívidas foi maior que em maio de 2012, mas recuou em relação a abril. No acumulado do ano, superávit somou R$ 46,7 bilhões ante R$ 62,9 bilhões no ano passado
O setor público brasileiro (governo central, estados, municípios e estatais) registrou superávit primário (que é a economia para pagamento dos juros da dívida pública) de 5,7 bilhões de reais em maio. O valor é quase a metade do que foi acumulado em abril, de 10,328 bilhões de reais, mas mais do que o dobro da economia feita em maio do ano passado (2,653 bilhões de reais), conforme divulgou o Banco Central, nesta sexta-feira. Com isso, no acumulado do ano, o superávit soma 46,7 bilhões de reais, queda de 26% em relação ao mesmo período de 2012. O esforço fiscal menor já é efeito das desonerações tributárias promovidas pelo governo desde 2011.
Em 12 meses findos em maio, a economia para pagamento de dívidas chegou a 88,8 bilhões de reais, ou 1,95% do Produto Interno Bruto (PIB). Em abril a mesma conta ficou em 85,8 bilhões e 1,90% do PIB. Mesmo assim, ainda está longe da meta fiscal cheia de 3,1% do PIB e ainda da meta ajustada pelo governo – já descontados os instrumentos de “contabilidade criativa” – de 2,3%. Vale lembrar que os dados apresentados pela autoridade monetária não incluem Petrobras e Eletrobras.
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O esforço fiscal do primeiro trimestre foi feito com a ajuda de um superávit de 5,236 bilhões de reais do Governo Central, formado por Tesouro, Banco Central e Previdência (INSS) – recorde para meses de maio, mas 18% inferior à economia fiscal apurada em abril, como havia informado o Tesouro Nacional na terça-feira. Os governos regionais (estados e municípios) apresentaram um superávit de 1,235 bilhões de reais no período, com estados registrando saldo positivo de 1,050 bilhões de reais e municípios, de 185 milhões de reais. As empresas estatais registraram déficit de 790 milhões de reais em maio.
O BC informou ainda que o déficit nominal (dado que, além das despesas e receitas, inclui os gastos com o pagamento de juros da dívida pública) ficou em 14,5 bilhões de reais em maio, praticamente o dobro de abril, quando teve resultado negativo de 7,679 bilhões, mas menor do que em maio de 2012 (16,064 bilhões de reais). No ano a conta alcançou 53,7 bilhões de reais, 67,7% a mais sobre o mesmo período do ano passado (32 bilhões). Em 12 meses, o déficit nominal atingiu 130,6 bilhões de reais, 2,87% do PIB, comparativamente a 132,2 bilhões de reais (2,93% do PIB) no acumulado até abril.
Ainda segundo a instituição, o déficit nominal do mês foi financiado com expansões de 12,9 bilhões de reais na dívida mobiliária, de 9 bilhões de reais na dívida bancária líquida e de 1,3 bilhão de reais nos financiamentos externos líquidos, contrabalançadas, parcialmente, pela redução de 8,7 bilhões de reais nas demais fontes de financiamento interno, que incluem a base monetária.
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