Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Superávit de março indica deterioração fiscal, diz consultoria

Segundo economista, aumento das despesas e desaceleração das receitas é fator preocupante

Por Da Redação
29 abr 2013, 19h39

A consolidação das estatísticas do Governo Central (Tesouro Nacional, Instituto Nacional do Seguro Social e Banco Central) em março é um clara sinalização da deterioração da política fiscal, de acordo com o economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria Integrada, especialista em contas públicas. O governo anunciou, nesta segunda-feira, superávit primário de 285,7 milhões em março.

O tom pessimista não se deve apenas pelo resultado de março – que foi, ao menos, positivo, ante o déficit visto em fevereiro. O que chama a atenção de Salto é o conjunto de receitas e despesas acumulados no primeiro trimestre.

Ao longo dos primeiros três meses de 2013, conforme as anotações do Tesouro, enquanto as receitas cresceram 3,9% em relação a idêntico período em 2012, as despesas aumentaram 11,5% na mesma base de comparação. “Isso é apenas a ponta do iceberg”, disse, acrescentando que a queda no valor da arrecadação de impostos e contribuições federais é uma indicação de que a economia não reage.

A arrecadação federal somou 79,613 bilhões de reais em março, diminuindo em 9,32% na comparação com março de 2012. Sobre fevereiro, até avançou 4,19%, mas, ainda assim, se estabeleceu num patamar inferior às expectativas dos analistas do mercado financeiro, que esperavam que cofres públicos fossem entesourar valores de 81 bilhões de reais e 88,6 bilhões de reais no período. “Se a economia tivesse crescido, a arrecadação teria reagido”, afirmou. Na análise de Salto, era mesmo de se esperar que os dispêndios fossem aumentar por causa das desonerações e despesas discricionárias, também chamadas de custeios e investimento, que são os gastos que o governo pode ou não executar de acordo com a previsão de receita.

Continua após a publicidade

Meta fiscal – Salto também criticou a declaração dada nesta segunda-feira pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, segundo a qual a política fiscal não seguirá a dívida pública, mas sim o ciclo da atividade. Na avaliação de Augustin, o governo deixa claro que para 2013 e 2014 e, provavelmente, 2015 e 2016 o superávit primário será flexionado pelo desempenho da economia e não pela dívida pública. Salto vê a nova orientação da política fiscal como uma mudança de regras com o jogo em andamento.

Na avaliação do economista, se o governo quer sacrificar a meta fiscal valendo-se de contabilidade criativa – como a utilização de dividendos de estatais e a saída dos recursos do PAC da conta de gastos -, deveria fazê-lo de forma mais transparente. “Se ele fala que manterá a meta de superávit primário em 3,1% do PIB, mas sinaliza que poderá não cumpri-la, acaba suscitando dúvidas”, diz o economista.

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.