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Subsidiárias de bancos europeus no país sentem a crise

Sem a possibilidade de captarem junto a suas matrizes na Europa, algumas instituições têm índice de Basiléia próximo do mínimo exigido pelo BC

Por Da Redação
5 out 2011, 08h00

A crise na Europa não afetou as operações dos bancos somente na região. Algumas instituições europeias estão com baixa capitalização também nas subsidiárias brasileiras, o que as impede de crescer na oferta de crédito. O francês Société Generale, o português Banif, o italiano Fides e, em menor escala, o inglês HSBC estão com níveis de capital próximos ao mínimo exigido pelo Banco Central do Brasil.

A baixa capitalização decorre do crescimento das próprias operações dos bancos no país, principalmente da carteira de crédito, somada ao alto custo de captação. Os estrangeiros, quando precisavam de recursos, costumavam recorrer às matrizes lá fora. O problema é que, desta vez, as próprias matrizes estão precisando de dinheiro.

Com baixa capitalização, essas instituições têm pouco ou nenhum espaço para expandir as operações de crédito no mercado doméstico. O BC brasileiro é mais conservador que seus pares internacionais e exige que os bancos que operam no mercado local tenham índice de Basileia mínimo de 11%, bem acima dos 8% exigido em outros países. O Basileia é um indicador de solvência que mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer o capital próprio. A média dos dez maiores bancos brasileiros é de 17%.

Banif – Entre os bancos estrangeiros operando no Brasil, o caso mais urgente de necessidade de capitalização é o do português Banif, que tem Basileia de apenas 10,4% de acordo com dados de junho do BC. De Lisboa, o executivo responsável pela comunicação institucional do Banif, Nuno da Rocha Correia, falou à Agência Estado e informou que a situação será revertida. O banco está fazendo um aumento de capital no Brasil de 30 milhões de reais e os dados referentes ao terceiro trimestre já vão mostrar um índice de Basileia maior, destaca o executivo.

SocGen – Já o francês Société Generale, além de ter aqui um índice de Basileia apertado, de 11,1%, teve prejuízo no Brasil de 317 milhões de reais no primeiro semestre. Já na França, teve o rating rebaixado por agências de classificação de risco. As ações estão caindo na Bolsa de Paris, acumulando perda de 55% no ano, por conta da baixa capitalização do banco, que tem títulos do governo grego na carteira. No país, o Société comprou em 2007 o banco Cacique, focado em crédito consignado e crédito pessoal. É um tipo de operação que, para crescer rápido, exige um índice de Basileia alto. Procurado pela Agência Estado, o banco preferiu não se pronunciar.

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Fides – No Fides, que é controlado pela matriz da Fiat na Itália, o índice de Basileia no Brasil teve queda rápida nos últimos meses em razão da nova estratégia do banco. A unidade brasileira da montadora italiana vendeu a carteira de crédito ao varejo para o Itaú em 2003. Pelo acordo feito na época, não podia operar no financiamento de pessoa física em sua rede Fiat até 2013. Por isso, o Fides financiava apenas as operações das concessionárias. Mais recentemente, passou a financiar as vendas da Iveco, que fabrica caminhões, e da marca Chrysler. A operação cresceu rápido e o Basileia passou da casa dos 14% para 13% nos últimos dois anos e no fechamento do balanço do segundo trimestre estava em 11%. Procurado pela AE, o banco não se pronunciou.

HSBC – Com um índice de Basileia um pouco mais folgado, de 12,8%, o HSBC está abaixo de seus concorrentes, como Santander, Itaú e Bradesco, e prevê uma nova capitalização. Na avaliação de João Augusto Salles, analista de bancos da consultoria Lopes Filho, com o nível atual de capitalização, o HSBC não conseguiria manter suas altas taxas de expansão do crédito por muito tempo.

Por meio de nota, o HSBC informa que considera seu índice de Basileia adequado e que seu novo presidente mundial, Stuart Gulliver, veio ao Brasil na semana passada e anunciou ao comitê executivo que haverá uma capitalização da subsidiária no Brasil até o final do primeiro trimestre de 2012.

(com Agência Estado)

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