Starbucks oferece reembolso a funcionárias dos EUA por viagens para aborto

Rede inclui despesas do procedimento em benefícios de saúde após sinais da Suprema Corte contra o aborto; empresa se junta a gigantes como Amazon e Apple

Por Larissa Quintino Atualizado em 16 Maio 2022, 18h57 - Publicado em 16 Maio 2022, 11h42

Fachada da loja do Starbucks de Nova York, nos Estados Unidos (Lily Bowers/Reuters/VEJA)

Os sinais de retrocesso na legislação do aborto dado pela Suprema Corte dos Estados Unidos — como mostra VEJA desta semana — têm causado centenas de manifestações pelo país. As reações também já chegam ao mundo corporativo. A Starbucks aumentou o pacote de benefícios de saúde de seus funcionários dos Estados Unidos. Segundo publicação feita pela empresa nesta segunda-feira, 16, a companhia vai cobrir viagens para aborto e procedimentos de afirmação de gênero.

Os funcionários e seus dependentes que não têm acesso a esses procedimentos a menos de 160 quilômetros de sua casa podem ser reembolsados por despesas de viagem, afirmou a Starbucks em seu blog.

“Como muitos de vocês, estou profundamente preocupada com o projeto de parecer da Suprema Corte relacionado ao direito constitucional ao aborto que foi estabelecido pela primeira vez por Roe v. Wade”, disse Sara Kelly, vice-presidente executiva interina de recursos para funcionários na publicação da empresa.

A cadeia de café com sede em Seattle se junta a umalista crescente de empresasque oferecem cobrir despesas de viagem para trabalhadores que buscam abortos e outros procedimentos que não estão disponíveis em seus estados de origem. Entre elas estão as gigantes de tecnologia Amazon, Apple, Uber e Microsoft.

Como mostra VEJA desta semana, a sinalização de retrocesso da Suprema Corte dos Estados Unidos sobre a permissão ao aborto causa impactos na discussão dos direitos reprodutivos em todo o mundo. Por lá, o vazamento de um parecer preliminar indica que a mesma Corte, novamente debruçada sobre o assunto, reverterá a célebre Roe x Wade, identificação do processo encerrado em 1973 que autorizou a texana Norma McCorvey, citada ali com o nome genérico de “Jane Roe”, a abortar. Prevê-se que o retrocesso tenha reflexo imediato em pelo menos 26 estados prontos para adotar leis que restringem ou proíbem o procedimento.