S&P deve rebaixar países da zona do euro nesta sexta
De acordo com fontes da agência 'Reuters', informação estaria circulando entre os governos passíveis de rebaixamento
A agência de rating Standard & Poor’s poderia anunciar rebaixamentos nos ratings de crédito de vários governos da zona do euro ainda nesta sexta-feira, afirmaram à agência Reuters duas fontes de governos familiarizadas com o assunto.
Uma das fontes afirmou que uma notificação da S&P estava circulando entre governos da zona do euro e que um anúncio “poderia ser iminente”. A S&P não quis comentar a possibilidade de um iminente anúncio sobre os ratings de crédito da zona do euro. A agência colocou 15 nações da zona do euro em observação negativa em 5 de dezembro.
“Fiquem em alerta hoje à noite quando os mercados dos Estados Unidos fecharem”, disse outra fonte da zona do euro.
Em dezembro, a S&P colocou os ratings de 15 países da zona do euro sob revisão negativa de crédito -incluindo os da Alemanha e da França, que têm rating máximo- e informou que “estresses sistêmicos” estavam aumentando na medida em que as condições de crédito se apertavam no bloco de 17 nações.
Desde então, o Banco Central Europeu (BCE) inundou o sistema bancário com dinheiro barato a um prazo de três anos para evitar uma crise de crédito. Naquela ocasião, a S&P informou que também poderia rebaixar o fundo de resgate da zona do euro, o EFSF.
A agência informou, naquela época, que se um rebaixamento se confirmasse, países como Alemanha, Áustria, Bélgica, Finlândia, a Holanda e Luxemburgo provavelmente veriam cortes de ratings de apenas uma nota.
França na berlinda – A França é um dos países cuja qualificação máxima ‘AAA’ de dívida soberana está ameaçada de revisão. “Apesar de seu triplo A, os investidores hoje tratam a França como se tivesse uma qualificação triplo B”, declarou nesta sexta-feira no diário Le Parisien o economista-chefe para a Europa da Standard & Poor’s (S&P), Jean-Michel Six. No final de 2011, a agência rebaixou a nota da Espanha, substituindo seu triplo A pela nota AA-.
A S&P não quis comentar sobre uma iminente onda de rebaixamentos, que atingiu ações, o euro e reforçou a demanda pelo porto seguro da dívida do governo dos EUA.
Um rebaixamento poderia automaticamente forçar alguns fundos de investimento a vender bônus dos países afetados, elevando ainda mais os custos de financiamento desses países.
“Isso foi precificado há várias semanas, mas o mercado tinha ficado complacente durante o recesso, e novo ano começou com uma retomada do apetite por risco, graças parcialmente a um bom leilão espanhol”, disse o diretor de estratégia cambial global do BNY Mellon em Boston, Samarjit Shankar.
“Mas o leilão italiano trouxe-nos de volta à Terra e agora enfrentamos o espectro de mais rebaixamentos.”
(Com agência Reuters)