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S&P baixa nota da dívida dos EUA

Por Stan Honda
6 ago 2011, 09h44

A agência de avaliação de risco financeiro Standard and Poor’s reduziu nesta sexta-feira a nota da dívida pública dos Estados Unidos, algo inédito na história.

A qualificação do crédito americano passou de “AAA” para “AA+”, diante da crescente dívida, do pesado déficit no orçamento e da falta de planejamento.

A S&P também assinalou a “perspectiva negativa” da nova classificação, enquanto fontes do governo envolvidas nas negociações apontavam falhas “profundas e fundamentais” na decisão.

“A decisão reflete nossa opinião de que o plano de consolidação fiscal que o Congresso e o governo acertaram recentemente não abrange, em nossa visão, o que deveria ser feito para estabilizar a dinâmica da dívida do governo a médio prazo”, destaca a S&P.

“Em um sentido mais amplo, a redução reflete nosso ponto de vista de que a efetividade, estabilidade e previsibilidade no planejamento de políticas e nas instituições políticas se debilitou, no momento de contínuos desafios fiscais e econômicos, a um nível maior do que prevíamos quando indicamos uma perspectiva negativa” na nota dos Estados Unidos, em 18 de abril passado.

S&P destacou que a perspectiva negativa aponta para a possibilidade de redução da nota para “AA” no prazo de dois anos caso o governo não reduza o gasto como prometeu, se as taxas de juros subirem ou se surgirem novas pressões fiscais piorando o panorama financeiro dos EUA.

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Em seu comunicado, a S&P sugere que qualquer plano efetivo de redução do déficit exigirá cortes de ao menos 4 trilhões em 10 anos. O plano acertado entre o governo de Barack Obama e o Congresso prevê cortes de 2,4 trilhões.

O Tesouro americano reagiu à decisão acusando a Standard and Poor’s de ter cometido um erro de dois trilhões de dólares em suas projeções orçamentárias que levaram à degradação da nota.

“Uma análise com um erro de dois trilhões de dólares fala por si só”, disse o porta-voz do Tesouro logo após a decisão da S&P.

O presidente da comissão de qualificação da Standard and Poor’s, John Chambers, destacou que os Estados Unidos poderiam ter evitado a redução da nota aumentando mais rapidamente o teto legal da dívida.

“A primeira coisa que poderiam ter feito era elevar o teto da dívida de maneira oportuna, evitando o debate”, disse Chambers sobre o desgastante processo envolvendo Obama e os congressistas. No passado aumentaram o teto legal da dívida 60 ou 70 vezes “sem tanto debate”.

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Segundo Chambers, “há muita culpa a dividir, este é um problema que vem sendo gerado há muito tempo, tanto nesta administração como na anterior”.

“É um assunto da posição do orçamento dos Estados Unidos a médio e longo prazo, que necessita ser colocado sob controle”, destacou o analista.

Trata-se da primeira redução da nota dos Estados Unidos desde que obteve a classificação AAA da agência Moody’s, em 1917, nota adotada pela S&P em 1941.

Moody’s e a agência Fitch revelaram que analisam o plano de redução do déficit para ver se mantêm os Estados Unidos entre as nações com nota AAA.

Standard & Poor’s é considerada a mais influente entre as três grandes agências de classificação de risco e mantém uma atitude mais agressiva em relação à dívida americana, cuja perspectiva foi reduzida de “estável” à “negativa” em abril passado.

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Atualmente, há 17 países e três territórios (Hong Kong, Guernsey e Ilha de Man) cuja dívida está classificada como AAA pela S&P.

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