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Sócia de escritório que pagou filho de Lula também é alvo da Operação Zelotes

Cristina Mautoni, do escritório Marcondes & Mautoni, é investigada por suposto envolvimento na manipulação de julgamento da Mitsubishi no Carf

Por Da Redação
2 out 2015, 23h07

O escritório Marcondes & Mautoni, que representa montadoras em entidades do setor automotivo, tem pelo menos dois nomes envolvidos em escândalos de corrupção: o do dono, Mauro Marcondes Machado, e de sua sócia, Cristina Mautoni. Os dois são alvos da Operação Zelotes, que investiga um esquema bilionário de manipulação de julgamentos no Carf, espécie de tribunal da Receita Federal. Em julho, Cristina chegou a ser convidada pela CPI do Carf no Congresso para depor.

Uma das montadoras favorecidas pelo escritório é a Mitsubishi – elo entre as suspeitas da Zelotes e um novo escândalo, divulgado pelo O Estado de S. Paulo, nesta quinta-feira. Segundo o jornal, uma subsidiária da montadora no Brasil pagou junto à CAOA honorários a um consórcio formado pelo Marcondes & Mautoni e à SGR Consultoria Empresarial para a prestação de serviços, fato confirmado pelos escritórios.

No entanto, e-mails trocados pelos envolvidos chamaram a atenção para o crime de pagamento de propina. Mauro é suspeito de ter pactuado, sem ter efetivamente cumprido, o pagamento de 4 milhões de reais a “pessoas do governo do PT”. O dinheiro seria usado para viabilizar a extensão de uma medida provisória 471 que previa benefícios fiscais a montadoras. A MP venceria em 2011, mas foi esticada até 2015.

Mauro Marcondes é vice-presidente da Anfavea, associação de montadoras, na qual representa a CAOA a uma subsidiária da Mitsubishi. O escritório nega a compra da MP. Além disso, o Marcondes & Mautoni também é investigado de ter recebido pagamentos de até 2,4 milhões de reais de uma empresa de Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, em 2011, ano em que a MP 471 entrou em vigor.

Por e-mail, o procurador da Zelotes, Frederico Paiva, disse que o vazamento, pelo jornal, “foi feito à revelia dos investigadores e atrapalhou a investigação.” Também disse que o ex-presidente Lula não está entre o rol de investigados e que não confirmaria o teor da reportagem. Paiva ainda disse que a complexidade na análise de informações financeiras e de documentos apreendidos atrasou as investigações. Devido a isso, informou que as primeiras denúncias, voltadas entre ex-auditores, auditores e advogados, devem sair depois do feriado de 12 de outubro.

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O escritório Marcondes & Mautoni afirmou, por e-mail, que Cristina Mautoni é sócia formal da empresa, mas não atua em sua gestão executiva – e que por isso não participou de nenhuma ~sessão do Carf -, que o direito da Mitsubishi era “totalmente legítimo” e que “não há qualquer razoabilidade na suposição” de pagamento de pagamento de 4 milhões de reais – “pois a Medida Provisória (…) passou por várias áreas técnicas (…) até ser finalmente votada (…) o que passa, evidentemente, por centenas de pessoas isoladamente”. Afirmou ainda que a M&M contratou a LFT Marketing Esportivo para prestar assessoria especializada em projetos envolvendo centros de exposição de utilização mista, com esportes indoor e outdoor. “Essa contratação e os respectivos pagamentos devidos são dos anos de 2014 e 2015, nada tendo a ver com a MP 471, que foi sancionada em 2009.”

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