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Sob efeito Petrobras, investidor estrangeiro tira quase R$ 7 bi da bolsa

Intervenção de Bolsonaro na estatal fez com que bolsa registrasse maior saída diária dos investidores estrangeiros desde 2008

Por Josette Goulart 4 mar 2021, 16h01

A intervenção do presidente Jair Bolsonaro na Petrobras interrompeu um movimento consistente de investidores estrangeiros entrando na bolsa de valores brasileira. Desde agosto do ano passado, esses investidores despejaram cerca de 97 bilhões de reais na B3, revertendo a fuga dos primeiros meses da pandemia. Mas, em fevereiro, sob o efeito dos acontecimentos na estatal, o número ficou negativo pela primeira vez em sete meses. Os investidores estrangeiros tiraram 6,7 bilhões de reais da B3 durante o último mês.

O saldo vinha sendo positivo até 18 de fevereiro, dia em que Bolsonaro anunciou em sua tradicional live de quinta-feira que alguma coisa ia acontecer na Petrobras por conta dos sucessivos reajustes dos preços de combustíveis. No dia seguinte, uma sexta-feira, as ações da empresa já caíram cerca de 8%. Depois do fechamento do pregão, Bolsonaro anunciou a demissão de Roberto Castello Branco e a indicação do general Joaquim Silva e Luna para o cargo. Durante o fim de semana, o presidente ainda elevou o tom declarando que ia ter mais, que tubarões seriam demitidos, que faltava transparência nos números da Petrobras e que ia botar o dedo também na energia elétrica. Nesse clima intervencionista, as ações da Petrobras despencaram 21% na segunda-feira.

Em dois dias, os investidores tiraram mais de 9 bilhões da B3. Segundo dados da Bloomberg, somente naquela fatídica segunda-feira eles retiraram R$ 6,9 bilhões, a maior saída em apenas um dia desde 2008. Para quem não lembra, em 2008, o mundo viveu uma das maiores crises financeiras mundiais.

Passadas duas semanas, as ações da Petrobras não se recuperaram do tombo. Na quarta-feira, com a notícia de que cinco conselheiros da empresa pediram para não serem reconduzidos ao Conselho de Administração, a ação chegou a fechar abaixo do menor patamar no auge da intervenção. Incluindo a saída de Castello Branco, serão seis mudanças de um conselho com 11 pessoas.

Os conselheiros que estão de saída eram comprometidos com a política de paridade de preços no mercado internacional. O temor dos investidores é de que, se a indicação de Silva e Luna for aceita, não só o novo presidente mas como o novo conselho fique mais flexível a intervenções do presidente que evitariam manter a política de repasses de preços de acordo com a cotação do petróleo no mercado internacional — o que pode causar prejuízos para a empresa. Até agora, neste ano, a Petrobras reajustou cinco vezes os preços do óleo diesel e gasolina, que subiram em média 40%. Para tentar conter a alta do óleo diesel, Bolsonaro decretou a isenção de impostos do combustível por dois meses.

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