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Sistema elétrico atua com reserva abaixo do recomendável

Sem ela, pico repentino de consumo pode criar uma sobrecarga e simplesmente desligar todo o país

Por Da Redação
6 fev 2014, 07h06

Pelas normas de segurança, o sistema elétrico brasileiro precisa trabalhar com sobra de energia equivalente a 5% da eletricidade consumida no País. Para alguns especialistas, um piso de 3% ainda é aceitável. O fato é: sempre deve haver uma porção extra à disposição do sistema. Sem ela, um pico repentino de consumo pode criar uma sobrecarga e simplesmente desligar todo o país. Neste momento, porém, essa porção extra estratégica está bem abaixo do recomendável. Na terça-feira, dia do apagão, equivalia a aproximadamente 2% do consumo.

“Não há como justificar esse patamar tão baixo – há algo muito estranho na geração de energia que precisa ser investigado”, diz um especialista do setor que prefere não ser citado. Fica mais complicado ainda entender a situação quando se leva em conta que o Brasil tem capacidade instalada de 120.000 megawatts e o pico de consumo foi de pouco mais de 80.000 megawatts. Ou seja: haveria uma sobre de 40.000 megawatts . “Deveria ser moleza ter energia extra, mas não está sendo”, diz o especialista.

Essa porção extra de energia que fica de sobreaviso é tecnicamente chamada de energia girante ou operacional. Quem conhece o setor diz que não é normal que essa reserva se mantenha em níveis tão baixos.

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“Quando a energia girante cai, automaticamente o ONS escala geradores para oferecer o volume adequado: não é comum o sistema trabalhar com reservas abaixo do previsto – elas devem ser iguais ou maiores ao recomendado”, diz um ex-técnico do ONS que prefere não ser identificado. “Se isso está ocorrendo, é porque o sistema opera apertado, apesar de o governo negar.”

A queda da reserva girante aparece nos próprios boletins do Operador Nacional do Sistema (ONS). A oferta foi adequada até meados de janeiro. A partir da segunda quinzena começou a cair.

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Para piorar, essa distorção ocorre em um momento crítico, quando o consumo bate recordes e é importante ter energia de sobreaviso para suportar um inesperado pico de demanda ou uma falha técnica na transmissão ou em alguma subestação.

Para os especialistas, há duas hipóteses para a queda na oferta dessa energia estratégica. A primeira tem relação com a queda no volume de água nas barragens das usinas. “Com um volume menor de água, a potência cai”, diz uma especialista.

A segunda hipótese leva em conta a sobrecarga no parque térmico. As térmicas precisam de paradas técnicas, para manutenção, a cada 8.000 horas de funcionamento. Um grande número delas pode estar entrando em manutenção agora.

“Não há clareza sobre o que está ocorrendo”, diz outro especialista. Procurados pela reportagem para comentar o problema, as assessorias do ONS e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) comunicaram que seus porta-vozes estavam em reuniões e não poderiam se manifestar até o fechamento desta edição.

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(Com Estadão Conteúdo)

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