Sindifisco critica nomeação de Marcos Cintra para Previdência e Receita
A nomeação de Cintra, segundo o Sindifisco, quebra a tradição de nomear para o cargo de secretário da Receita Federal apenas auditores-fiscais
O Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) criticou a indicação do economista Marcos Cintra para a secretaria especial de Previdência e Receita Federal — uma das seis que estarão subordinadas ao superministério da Economia, que será comandada por Paulo Guedes no governo de Jair Bolsonaro.
A nomeação de Cintra, segundo o Sindifisco, quebra uma regra adotada desde 2002, quando o cargo de secretário da Receita Federal passou a ser ocupado por auditores-fiscais, respondendo diretamente ao gabinete do ministro da Fazenda.
Em nota, o sindicato diz que entregou a Cintra uma “lista com os nomes que os auditores-fiscais entendem ser os mais gabaritados para dirigir a administração tributária”. “O Sindifisco Nacional ofereceu ao governo eleito a possibilidade de por no comando da RFB alguém conhecedor da sua estrutura, projetos e áreas sensíveis.”
A lista era composta pelos nomes dos auditores Dão Pereira dos Santos (SP), Eliana Polo Pereira (RJ-RJ) e Geraldo Brinckmann (RS). A secretaria é comandada hoje por Jorge Rachid.
A entidade afirma que “recebe com apreensão o desenho do Ministério da Economia, elaborado por seu futuro titular, Paulo Guedes”.
“A Receita completou meio século de existência, dia 19 passado, como instituição independente, unicamente voltada para a construção de um Estado forte, eficiente, a salvo de influências externas, que poderiam macular sua atuação em favor da sociedade. Esse histórico credencia a RFB como braço-direito do ministro da Economia na arrecadação e na fiscalização”, diz o Sindifisco.