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Siderúrgicas brasileiras perdem R$ 2,5 bi em valor de mercado

Levantamento mostra que empresas nacionais perderam R$ 2,47 bilhões em valor de mercado desde anúncio de aumento em impostos para aço e alumínio

Por Felipe Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 mar 2018, 15h03 - Publicado em 9 mar 2018, 11h48

A decisão dos Estados Unidos de sobretaxar as importações de aço e alumínio fez com que as siderúrgicas estrangeiras do setor perdessem 1,29 bilhão de dólares (4,21 bilhões de reais) em valor de mercado desde sexta-feira passada, um dia após o governo americano anunciar que tomaria essa medida. Deste valor, 758,7 milhões de dólares (2,47 bilhões de reais) correspondem a perdas de companhias brasileiras, segundo levantamento feito pela empresa de informações financeiras Economatica.

O presidente americano Donald Trump falou pela primeira vez que iria aumentar em 25% os impostos sobre aço e 10% sobre alumínio estrangeiros na quinta-feira da última semana (1). Ele citou ameaça à segurança nacional entre os motivos para a decisão, já que déficits comerciais no comércio com outros países, sobretudo a China, seriam um problema às indústrias dos Estados Unidos, que perderiam capacidade de produzir em caso de urgência.

Desde o dia seguinte ao anúncio, as ações das siderúrgicas americanas se valorizaram 10,3 bilhões de dólares (33,7 bilhões de reais). As companhias com sede nos Estados Unidos país representam 87 das 125 com ações em bolsas de valores pelo mundo. A maior parte das perdas de valor das empresas estrangeiras no período (95%) aconteceram após o decreto sobre o aumento das taxas na última quinta-feira. As taxas entram em 15 dias, exceto para México e Canadá.

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Quatro das dez maiores quedas são de empresas brasileiras: Gerdau (4º), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN, 5º), Usiminas (7º) e Usiminas (9º). A maior variação nas ações foi registrada na Arcelormittal, que tem sede em Luxemburgo.

Em relação ao alumínio, as empresas que atuam no setor no Brasil não têm ações listadas na bolsa de valores. A produção nacional foi de 801.000 toneladas em 2017, com 119.178 empregos em 2016, segundo os últimos dados da Associação Brasileira do Alumínio (Abal). Cerca de 10% do alumínio feito aqui é exportao, e os Estados Unidos são o segundo principal destino.

Participação

Os Estados Unidos são o maior destino das vendas brasileiras de aço ao exterior: 32,7% em 2017, segundo dados do Instituto do Aço. No último ano, as exportações somaram 15,4 milhões de toneladas. Destes, 5 milhões de toneladas foram destinadas ao mercado americano – o Brasil é o segundo maior fornecedor daquele país. Ao todo, o setor siderúrgico nacional emprega cerca de 100.000 pessoas.

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A China é o principal produtor de aço bruto no planeta, respondendo por cerca de metade do volume total em 2016, segundo dados da Associação Mundial do Aço (Worldsteel) de 2016. O Brasil ocupava o 8º lugar no ranking.

Reações

O anúncio de sobretaxar o aço e alumínio gerou reações do Brasil e outros países, da União Europeia e da Organização Mundial do Comércio. A crítica é que a medida provocará uma guerra comercial, ameaçando o livre-comércio. O bloco econômico europeu divulgou na quarta-feira um plano de retaliação, que inclui aumento de taxas em a produtos específicos e com impacto estimado em 2,8 bilhões de euros (11,2 bilhões de reais). Trump disse que os Estados Unidos estão abertos a negociações.

O principal argumento de integrantes do governo brasileiro e da indústria siderúrgica nacional para tentar livrar o produto da limitação é que 80% do que o Brasil exporta para o mercado americano são produtos semiacabados de aço. Ou seja, são insumos para a própria indústria siderúrgica local, que Trump alega querer proteger. Além disso, dada a complementaridade das cadeias produtivas, o produto brasileiro não representa risco à indústria local, nem à segurança dos Estados Unidos. 

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O governo brasileiro informou que vê “com grande preocupação” a decisão do governo dos Estados Unidos de impor tarifas sobre as importações de aço e alumínio e “recorrerá a todas as ações necessárias” nos âmbitos bilateral e multilateral para preservar seus interesses. Em nota conjunta, os ministérios das Relações Exteriores e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços afirmaram ainda que a imposição das tarifas são incompatíveis com as obrigações dos EUA junto à OMC.

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