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Sharp completa 100 anos e tenta superar a crise

Empresa deslanchou no Japão após inventar a lapiseira, transformou-se em líder de mercado em televisores - mas hoje agoniza ao tentar se reinventar

Por Da Redação
15 set 2012, 14h58

A fabricante de eletrônicos Sharp completa cem anos de fundação neste sábado em meio a um duro processo de reestruturação, em uma derradeira tentativa de fazer a empresa japonesa sair de uma crise sem precedentes e retomar a glória de tempos passados.

Estabelecida em 1912 como uma loja de artigos de metal em Tóquio, com um orçamento de menos de 50 ienes (1,30 real ) e apenas três funcionários, a corporação Sharp está agora em um momento-chave de sua história após ter registrado uma perda líquida recorde no ano de 2011, de 376 bilhões de ienes (quase 10 bilhões de reais).

“Superar as adversidades em seu conjunto é a maior prioridade. Quero mostrar a todos nossa determinação para transformar nossa companhia em uma nova Sharp”, afirmou na véspera do centenário seu presidente, Takashi Okuda, em declarações recolhidas pela agência Kyodo.

O presidente da empresa também pediu a seus empregados compreensão perante as duras medidas de reestruturação aprovadas recentemente pela empresa – tais como o corte de cinco mil postos de trabalho, fechamento de escritórios, a possível venda de divisões e reduções de salários.

A Sharp cunhou seu nome atual de uma de suas principais invenções, o Ever-Ready Sharp Pencil, a origem da popular lapiseira, com o qual o fundador, Tokuji Hayakawa, revolucionou o mundo em 1915.

O produto, um lápis que empregava uma peça de chumbo central substituível que lhe permitia estar sempre afiado, não teve uma boa recepção no Japão, mas Hayakawa (1893-1981) começou a receber enormes pedidos da Europa e dos Estados Unidos e pouco a pouco se tornou popular também no arquipélago japonês.

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Hayakawa também havia inventado o ‘tokubijo‘, a primeira fivela automática para cintos, inspirada nas dos atores dos filmes de Velho Oeste.

O grande terremoto de Kanto (principal ilha do Japão) de 1923, que deixou mais de 100 mil mortos, destruiu suas oficinas, mas não o espírito empreendedor de Hayakawa, que se reinventou no mundo da eletrônica e abriu uma pequena loja, desta vez em Osaka, de novo com a ajuda de três empregados.

Assim, em 1925, suas pesquisas no setor da tecnologia radiofônica deram frutos: montou a primeira emissora do país e começou a vender os primeiros aparelhos de rádio na cidade de Osaka.

Após numerosos contratempos e sucessos em seu negócio radiofônico, o inevitável passo à era das televisões fez com que a Sharp fosse a primeira empresa do Japão a produzir em cadeia estes aparelhos em 1953, levando o televisor – o mítico TV3-14T – aos lares japoneses.

Esse mesmo setor é o que agora levou a empresa japonesa a repensar sua situação, devido sobretudo à deterioração do ramo de telas de cristal líquido (LCD), o que lhe arrastou a perder no primeiro trimestre do ano fiscal no Japão, de abril a junho, 138,4 bilhões de ienes (3,6 bilhões de reais).

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Nesta mesma semana, a Sharp anunciou a necessidade de recortar outros 14 bilhões de ienes (360 milhões de reais) em custos fixos de pessoal, como medida adicional para sanear seus deficitários resultados e após considerar que o cenário se tornou ‘mais duro’ durante este ano.

A empresa, que assinou uma aliança de capital com a taiwanesa Hon Hai para relançar seu setor de LCD, entre outros, se encontra perante a necessidade de ajustar-se aos novos tempos e a exigência de “não viver na glória do passado”, como detalhou uma analista da filial japonesa do BNP Paribas à Kyodo.

A Sharp viu o valor de suas ações cair cerca de 67% desde o final de março, o que poderia provocar que os principais bancos do país ampliassem seus empréstimos à empresa em cerca de 300 bilhões de ienes (7,7 bilhões de reais). Para este ano fiscal, que termina em 31 de março de 2013, a empresa prevê prejuízo de 30 bilhões de ienes (77 milhões).

(Com EFE)

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