Setor de serviços tem o segundo pior resultado da série histórica
Segundo IBGE, receita do segmento cresceu apenas 1,1% em maio em relação ao mesmo mês do ano passado

Acostumado a ostentar avanços de pelo menos 4% nos últimos anos, o setor de serviços, que responde por mais de 60% do PIB, tem amargado os piores resultados da história em 2015. Em maio, o segmento cresceu apenas 1,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, informa o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Este é o segundo menor desempenho verificado na série histórica iniciada em 2012, ficando na frente apenas de fevereiro deste ano, que teve acréscimo de 0,9%. Em abril, a alta foi de 1,7%.
No acumulado dos últimos doze meses, o crescimento foi de 3,8% – o pior resultado verificado em toda a série histórica. No acumulado do ano até 2015, a alta foi de 2,3%.
Das cinco atividades pesquisadas, as que tiveram queda nas receitas foram a de serviços prestados às famílias, que envolve hotéis e restaurantes, com queda de 1,4%; e a de serviços de informação e comunicação, com baixa de 0,8%. Na outra ponta, serviços de transportes, serviços profissionais e administrativos e outros serviços apresentaram altas de 0,8%, 5,5% e 0,3%, respectivamente.
A queda no rendimento das famílias e as incertezas quanto aos rumos da economia do país têm impactado diretamente o setor. Mais propensos a segurar os gastos em um momento de inflação e juros elevados, os brasileiros têm cortado justamente as despesas que não são consideradas essenciais para o seu dia-a-dia.
O coordenador de Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha, chama a atenção para a queda na receita dos serviços prestados às famílias. O movimento detectado é inédito na série e a categoria subia a taxas de dois dígitos até meados de 2014. Saldanha também destacou que, a despeito de março, que teve alta de 6,1%, a expectativa é de desaceleração para todo o ano. “À exceção de março, os serviços estão no negativo em todo o ano de 2015. Por isso o resultado desse mês tem que ser visto com cautela. O que vemos agora é uma tendência declinante”, avaliou.
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(Da redação)