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Serviços, setor mais afetado pela Covid, tem queda de 7,8% em 2020

Com medidas de distanciamento social, atividades tiveram retração recorde; setor representa 70% do PIB e reforça expectativa de queda

Por Larissa Quintino Atualizado em 3 mar 2021, 15h31 - Publicado em 11 fev 2021, 09h37

Com a chegada do novo coronavírus ao Brasil, no fim de fevereiro de 2020, o setor de serviços foi o primeiro a sofrer. Primeiro, as viagens foram canceladas, depois os eventos e, posteriormente, as outras atividades do setor — que representa 70% do PIB do Brasil — sofreram. Por dependerem, na maioria das vezes, de atendimento presencial, as atividades permaneceram fechadas por algum tempo e, quando abriram, tiveram que se adaptar a restrições. Com o grande choque entre o primeiro e o segundo trimestre, o setor ensaia recuperação, mas fechou o ano com queda de 7,8%, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira, 11. Esse é o pior resultado da série histórica, iniciada em 2012.

O resultado mostra o impacto da pandemia do novo coronavírus na economia brasileira. Segundo o mercado financeiro, é estimado que o Produto Interno Bruto — soma de produtos e serviços produzidos pelo país — tenha recuado cerca de 4%.

Em dezembro, o setor fechou em queda de  -0,2%, considerado estável pelo IBGE, mas interrompendo seis meses consecutivos de alta. Apesar do ganho acumulado de 18,9% nesse período, o volume de serviços ainda se encontra 3,8% abaixo do patamar de fevereiro, quando as medidas de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19 ainda não haviam sido adotadas. Ligado ao dia-a-dia do brasileiro, as atividades sofreram pelos novos hábitos. O setor de serviços passa desde salão de beleza, hotéis até limpeza.

A retração no acumulado do ano supera a de 2016 (-5%) e interrompe dois anos de resultados não negativos: 2018 (0,0%) e 2019 (1,0%). Os setores que mais impactaram essa queda são os ligados às atividades presenciais e que, portanto, foram mais afetados pelas medidas adotadas para combater a pandemia causada pelo novo coronavírus. Entre eles estão os serviços prestados às famílias (-35,6%), os profissionais, administrativos e complementares (-11,4%) e os transportes (-7,7%), que tiveram quedas recorde no período.

“Em termos de atividades, houve uma disseminação de taxas negativas, com quatro dos cinco setores mostrando recuo frente ao ano de 2019. O principal impacto veio dos serviços prestados às famílias, que foi pressionado pela queda na receita dos restaurantes, hotéis, serviços de bufê e produção e promoção de eventos esportivos e atividades de ensino ligadas a cursos profissionalizantes, técnicos e autoescolas, por exemplo”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Já o segundo maior impacto veio do setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, que foi pressionado pela retração na receita das empresas de gestão de ativos intangíveis, administração de programas de fidelidade, soluções de pagamentos eletrônicos e serviços de limpeza. “Em relação à administração de programas de fidelidade, temos uma correlação com a queda da receita das companhias aéreas. Já a queda nos serviços de limpeza é explicada por conta de edifícios comerciais terem sido fechados a partir de março. Ainda que alguns tenham voltado a funcionar, muitas pessoas permanecem trabalhando remotamente e isso afetou, de alguma forma, a contratação das empresas que oferecem esses serviços”, afirma Lobo.

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A retração no setor de transportes foi puxada, principalmente, pela queda na receita das empresas de transporte aéreo de passageiros, rodoviário coletivo de passageiros, rodoviário de cargas e correio nacional. Também houve queda nos serviços de informação e comunicação (-1,6%), com perdas de receita especialmente nos segmentos de telecomunicações, programadoras e atividades relacionadas à televisão por assinatura, atividades de exibição cinematográfica, operadoras de TV por satélite e consultoria em tecnologia da informação.

O único setor que teve resultados positivos no acumulado do ano foi o de outros serviços (6,7%), impulsionado, principalmente, pelo aumento das receitas das empresas que atuam nos segmentos de corretoras de títulos, valores mobiliários e mercados e administração de bolsas e mercados de balcão organizados. Com a taxa Selic mais baixa, 2020 ficou marcado pela explosão de CPFs na bolsa de valores. “Famílias e empresas passaram a procurar outras formas de investimento alternativas à poupança e estão migrando para investimentos de renda fixa ou variável. E empresas desses segmentos financeiros auxiliares também tiveram aumento de receita em função dessa intermediação que fazem do mercado financeiro com as famílias e empresas que buscam por aumento de rendimento”, diz o pesquisador.

Turismo

O choque causado pela pandemia, que trouxe impacto frontal em viagens fez com que o turismo recuasse 36,7% em 2020, segundo indicador do IBGE. Mesmo com esse crescimento acumulado entre junho e dezembro, o segmento de turismo ainda precisa avançar 42,9% para retomar ao patamar de fevereiro.

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“Todas aquelas atividades de caráter presencial, como transporte aéreo de passageiros, restaurantes, hotéis, locações de automóveis e agências de viagens, puxaram o indicador para baixo, fazendo com que ele ficasse estável nesse mês”, explica o gerente da pesquisa.

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